ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO POR Chikungunya virus NA PLANÍCIE LITORÂNEA DO PIAUÍ ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2017 |
A Febre da Chikungunya é uma arbovirose causada pelo Chikungunya virus (CHIKV), que pertence à família Togaviridae e gênero Alphavirus. É transmitida através da picada de fêmeas do mosquito do gênero Aedes, destacando-se o Aedes aegypti. O CHIKV foi introduzido no Brasil em 2014, espalhando-se para diversas regiões do país, dentre elas o Piauí, onde nos últimos anos 1.784 casos foram confirmados. É considerada um grave problema de saúde pública e gera muitos impactos econômicos e sociais. O presente estudo teve como objetivo analisar os principais aspectos epidemiológicos da Febre de Chikungunya na planície litorânea durante o período de 2015 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, onde os dados foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI) e correspondem aos casos confirmados de Febre Chikungunya na planície litorânea do estado do Piauí. No período entre 2015 e 2017 foram notificados 1.928 casos de Chikungunya na planície litorânea, sendo que 52 foram confirmados em 2015, 186 em 2016 e 1.546 em 2017 com uma taxa de incidência de 0,18, 0,67, e 5,6 a cada 1.000 habitantes, respectivamente. Os dados apontam uma maior prevalência no sexo feminino (60,7%) quando comparado ao sexo masculino (39,3%) e um maior número de casos confirmados no município de Parnaíba durante o período analisado. A planície litorânea do Piauí é acometida, principalmente, pelo clima tropical, o qual favorece a proliferação e disseminação do vetor. Além disso, é notável o aumento do número de casos de Chikungunya, o qual se encontra em expansão por todo o país desde a sua introdução, o que possivelmente pode ser justificado pela ausência de anticorpos contra o vírus na população. Outrossim, por não ser conhecida, estima-se que a causa da predominância do acometimento da população feminina seja pela sua maior procura ao serviço de saúde do que a população masculina. Durante este período notou-se um crescente aumento dos casos confirmados nesta região, mostrando um padrão endêmico e refletindo o que ocorreu nos outros estados brasileiros. Fatores como a co-circulação de diferentes arbovírus e sintomas símiles podem dificultar o diagnóstico, além disso, a infecção pode evoluir e levar ao desenvolvimento de formas graves e incapacitante. Diante disso, ações de educação em saúde que auxiliem no estabelecimento de medidas preventivas e controle são essenciais. |