CHLAMYDIA TRACHOMATIS: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS NO NORDESTE E SUAS IMPLICAÇÕES NA REPRODUÇÃO HUMANA NO SEXO FEMININO |
Muito se tem discutido, atualmente, sobre o controle das doenças sexualmente transmissíveis (DST´S) no mundo. Entre as infecções mais comuns está à clamídia, uma bactéria gram-negativa que seu agente transmissor é a Chlamydia trachomatis e caracteriza-se por uma doença infecto-contagiosa que pode atingir homens e mulheres sexualmente ativos e nas mulheres pode se manifestar de forma assintomática. No entanto, deve se salientar que não há registro de casos de clamídia congênita (transmissão vertical, da mulher grávida para o feto). Entretanto, mães infectadas podem contaminar seus filhos no momento do parto, que podem contrair conjuntivite (oftalmia neonatal) ou mesmo pneumonia. Além disso, partos prematuros podem ocorrer. O objetivo desse estudo é relatar os aspectos epidemiológicos no nordeste e as implicações da clamídia na reprodução humana na mulher. Trata-se de uma revisão de literatura, na qual se utilizou os bancos de dados SciELO e Ministério da Saúde como fonte de consulta, onde foram analisados artigos e documentos oficiais no idioma português dos anos de 2008 a 2017, sendo que os de menor relevância foram descartados. No organismo feminino, a infecção clamidial é observada em idade fértil e sexualmente ativa. Os sinais e sintomas aparecem em uma pequena proporção de mulheres infectadas. O risco maior para esse gênero se dá com a progressão da infecção que atinge o endométrio levando à endometrite, salpingite nas tubas de Falópio e peritonite, quando a infecção atinge o peritônio pélvico. Sendo assim, desenvolvem um risco de 10 a 20% de infertilidade. Investigações epidemiológicas sobre a infecção por C. trachomatis e sua manifestações são realizadas em todo o mundo. No Brasil, um estudo realizado na região nordeste no de 2008 até 2017, com uma amostra de 2448 mulheres com lesões cervicais no colo uterino, mostrou uma prevalência de clamídia de 20,58%, da qual dessas 19,8% desenvolveram a infertilidade. Portanto, em decorrência desses aspectos, a Chlamydia trachomatis ainda representa um grave problema de saúde pública na região nordeste do Brasil e no mundo, visto que, a bactéria acomete o sexo feminino causando severos danos que levam a infertilidade. |