TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS PELA INGESTÃO DE CALDO DE CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL
EDMILSON MARIANO DE SOUSA JÚNIOR 1, ALICIA REGINA DE OLIVEIRA SILVA1, ANDRÉ VICTOR BARBOSA JULIÃO1, ATAF HUSSAYN PEREIRA OLIVEIRA1, BEATRIZ ALVES GOMES1, HEMANUELY MARIA BEZERRA FONTES1, JOSÉ AGOSTINHO ALVES PEREIRA FILHO1, JOÃO VICTOR BEZERRA GONÇALVES MELO1, KARLLA MAYARA NUNES DE SOUSA1, LARISSA KARINE BARBOSA1, MARIANA EMILY MONTEIRO MARQUES1, SHAMARA ELOI ALVES1, JULIANA LÚCIA DE ALBUQUERQUE VASCONCELOS1
1. ASCES-UNITA - Associação Caruaruense em Ensino Superior Centro Universitário Tabosa de Almeida
edmilsonjr355@gmail.com

Muito se tem discutido, recentemente no Brasil, acerca da transmissão da doença de chagas (DC) pela via oral, visto que se tinham como comprovados a infecção apenas pelas formas vetoriais, transfusional, congênita e através de transplantes. Porém, o consumo de sucos batidos, como o do caldo de cana foi identificado em diversos casos como origem da doença, isso porque se trata de uma infecção humana ocasionada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelo vetor triatomíneo (barbeiro) que são triturados acidentalmente junto com as bebidas. A patologia apresenta uma fase aguda que pode ser sintomática ou não, que pode evoluir para as formas crônicas caso não seja tratada, no qual se dividem em três tipos: cardíaca, digestiva ou mista. O objetivo desse estudo foi relatar a transmissão da doença de chagas pelo consumo de caldo de cana-de-açúcar no Brasil. Trata-se de uma revisão de literatura, na qual se utilizou os bancos de dados SciELO e Science direct como fonte de consulta, onde foram analisados 10 artigos no idioma português dos anos de 2012 a 2017, sendo que os de menor relevância foram descartados. Os canaviais são tidos como habitat natural para os barbeiros. Sendo assim, em engenhos os triatomíneos acabam triturados eventualmente no processamento da cana junto com os gomos doces. Pesquisas aplicadas a DC por meio de ensaios in vitro e in vivo na região norte comprovaram a sobrevivência e infectividade da forma tripomastígota de T.cruzi no caldo de cana-de-açúcar, onde foram submetidos a diversos períodos de incubação sendo analisados a temperaturas ambientes, de refrigeração e congelamento. Em consequência disso, estima-se que cerca de 70% dos casos de Chagas no Brasil são transmitidos via oral; porém, por não gerar alarmismo devido ao número de afetados e os surtos serem endemias, essa forma de infecção muitas vezes se torna de pouca relevância. Em virtude dos fatos mencionados, os testes sugerem a possibilidade de o Chaguismo estar relacionado ao consumo da garapa da cana-de-açúcar. Além disso, a existência de surtos familiares decorrentes da transmissão oral desse microrganismo tem possibilitado o crescimento desse problema e exigido dos órgãos de saúde pública a adoção de diversas medidas para sua prevenção e controle.



Palavras-chaves:  Cana-de-açúcar, Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi