COMPARAÇÃO DE FERRAMENTAS PARA O DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA DENGUE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UMA CIDADE ENDÊMICA.
FREDI ALEXANDER DIAZ QUIJANO 1, EXPEDITO JOSÉ DE ALBUQUERQUE LUNA1, ELISEU ALVES WALDMAN1, WALTER MANSO FIGUEIREDO1, ANGELA APARECIDA COSTA1, SERGIO R C CAMPOS1, MARIA REGINA ALVES CARDOSO1, GERUSA MARIA FIGUEIREDO1, CLAUDIO SÉRGIO PANNUTI1
1. FSP-USP - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2. IMT-USP - Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, Universidade de São Paulo. , 3. SESA-FSP-USP - Serviço Especial de Saúde de Araraquara, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo., 4. FM-USP - Laboratório de Virologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.
frediazq@msn.com

Introdução : A mortalidade por dengue é considerada evitável e pode ser reduzida através do diagnóstico e tratamento oportunos.  Objetivo:  Avaliar ferramentas para o diagnóstico clínico da dengue e compará-las com as manifestações da definição de caso indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  Desenho:  Trata-se de um estudo de avaliação de tecnologia diagnóstica, aninhado numa coorte de base populacional conformada por crianças e adolescentes (de 2 a 16 anos de idade) residentes em Araraquara, uma cidade endêmica de dengue.  Métodos:  Esta coorte iniciou um acompanhamento de até três anos para a detecção de novos casos de síndrome febril aguda (SFA). Em pacientes com SFA, incluindo tanto casos de dengue quanto de outras causas de SFA, foi estimada a validade de três ferramentas de diagnóstico clínico incluindo: a soma das manifestações da definição de caso da OMS, uma escala predefinida e um modelo múltiplo  ad hoc  obtido na amostra avaliada. Este último modelo foi obtido mediante uma analise de regressão logística que identificou manifestações associadas à dengue. Como padrão de referência, foram considerados os resultados de provas específicas de dengue, incluindo IgM, antígeno NS1 e PCR em tempo real.  Resultados:  De setembro de 2014 a março de 2017, foram realizadas 1606 visitas a possíveis casos de SFA, dos quais 516 preencheram os critérios de inclusão e foram posteriormente avaliados por um médico. Dez desses pacientes não tiveram uma definição diagnóstica. Em consequência, comparamos 220 casos de dengue e 286 pacientes com outras doenças febris. No modelo múltiplo, variáveis independentemente associadas à dengue incluíram: o número de dias de febre e sintomas de sonolência e exantema. Por outra parte, a rinorréia, a tosse e a contagem mínima de leucócitos estiveram negativamente associadas à infecção por dengue. A área sob a curva ROC deste modelo foi estimada em 89,5% (IC95%: 86,6% - 92,3%). Esta área foi significativamente maior do que a obtida com a escala clínica predefinida. Além disso, ambas ferramentas foram significativamente superiores às manifestações da definição da OMS.  Discussão:  A partir de modelos preditivos é fatível propor definições de caso alternativas e algoritmos para o diagnóstico da dengue.  Conclusão:  Este estudo validou uma escala predefinida e identificou um modelo múltiplo, os quais poderiam ser utilizados para o diagnóstico clínico e a vigilância da dengue em população pediátrica de uma área endêmica. 



Palavras-chaves:  Dengue, Definição de caso, Área endêmica, Validação, Diagnóstico