MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR LEISHMANIOSE VISCERAL NO NORDESTE BRASILEIRO
EDILMAX ARAÚJO MARQUES DOS SANTOS 1, LEANDRO JANUÁRIO DE LIMA1, MARCOS ALAN SOUSA BARBOSA1, FRANCISCO GEYSON FONTENELE ALBUQUERQUE1, MARIA DO CARMO ANDRADE DUARTE DE FARIAS1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
edilmaxaraujo@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral mantém-se no panorama epidemiológico nacional como um grave problema de saúde pública, com influência marcante dos determinantes sociais na sua estrutura epidemiológica. Faz-se preciso analisar os dados nordestinos do impacto hospitalar desta morbidade, haja vista, os dados socioeconômicos desta região que impactam diretamente nesta morbidade. Buscou-se neste estudo compreender o perfil nordestino de internações por Leishmaniose Visceral no Sistema Único de Saúde. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, descritiva, retrospectiva de série temporal, do tipo ecológico. A população foi composta pelos pacientes que passaram por hospitalização cujo diagnóstico principal na Autorização de Internação Hospitalar (AIH) foi a Leishmaniose Visceral. Os dados da pesquisa são secundários, classificados pela origem do paciente, cuja hospitalização tenha ocorrido entre 2010 e 2014, com registro no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), dispensando-se desta forma a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Ao longo da série temporal, constata-se uma oscilação no número de casos, que totalizaram 6.397 hospitalizações. A variação percentual evidenciou um aumento de 47,47% nos internamentos do período. Maranhão, Ceará e Bahia, nesta ordem, foram os estados com mais hospitalizações no período, correspondendo a 26,9%, 24,3% e 17,2%, respectivamente, do total. Dentro da série temporal, o principal caráter de atendimento foi a urgência, com 6.075 dos casos, com 5.671 dos internamentos realizados no setor público. A taxa de mortalidade hospitalar variou no período entre 4,52 em 2010 para 4,42 em 2014, uma leve redução numa série estável. Vê-se que a regularidade e estabilidade na série temporal abordada corrobora com o registro da literatura de manutenção desta morbidade como um problema de saúde pública. Associa-se esta estabilidade dos casos à mudança na estrutura epidemiológica com a urbanização dos casos que antes concentravam-se massivamente nas zonas rurais. Assim, a partir do traçado do perfil de morbimortalidade da Leishmaniose Visceral, é possível organizar os serviços de saúde a repensar as atividades de prevenção primária, secundária e terciária, bem como favorecer a alocação de recursos do sistema de saúde de forma a comportar o financiamento destas hospitalizações. De posse das características expostas, os profissionais de saúde tornam-se ainda mais capacitados a atuarem no manejo dos casos.



Palavras-chaves:  Hospitalização, Indicadores de Morbimortalidade, Leishmaniose Visceral, Perfil de Saúde, Saúde Pública