ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES COM LTA EM MT - AMOSTRA COMPARATIVA DOS CASOS NOTIFICADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA NOS PERÍODOS DE 1993-1995 e 2008-2017
VITORIA COELHO SILVA3, STEPHANNI FIGUEIREDO DA SILVA3, AMILCAR SABINO DAMAZO3, ANDREZA LUCIA MENEZES3, LETÍCIA ROSSETTO DA SILVA CAVALCANTE3, MARCIA HUEB3
1. UFMT - Universidade Federal de Mato grosso , 2. HUJM - Hospital Universitário Júlio Muller, 3. UNIVAG - Centro Universitário de Várzea Grande
STEPHANNIFIGUEIREDO@GMAIL.COM

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), antropozoonose causada pelo protozoário Leishmania é endêmica no Brasil e tem grande prevalência em Mato Grosso (MT) que conta com um único serviço ambulatorial de referência para todo o estado.  Assim, os casos atendidos nesse serviço do HUJM resultam em uma amostra com o viés da referência, como bem observado na frequência elevada de leishmaniose mucosa (LM), mas com representatividade quanto à distribuição geográfica; em estudo anterior, observou-se que 50% dos pacientes são procedentes de áreas consideradas Amazônia Legal, sub-região que detém 70% dos casos notificados no Sinan. Pretendeu-se delimitar o perfil epidemiológico nos períodos de 1993 a 1995 e de 2008 a 2017 e analisar as modificações sofridas no decorrer de 25 anos. Procedeu-se a análise comparativa do perfil epidemiológico considerando-se primeiro um estudo clínico ocorrido em nosso serviço entre 1993 e 1995 (estudo 1), e os dados de notificação dos anos 2008 a 2017 (dados atuais). O total de pacientes analisados no estudo 1 foi de 260 indivíduos, enquanto os dados atuais somam 1301 casos. No estudo 1, 89% dos casos ocorriam no sexo masculino e no atual 79,25%.  A faixa etária mais acometida no estudo 1 foi dos 21 aos 40 anos enquanto que no atual predominou na população entre 30 a 59 anos. No estudo 1, a leishmaniose cutânea (LC) representava 68,9% e a LM 25,9%; no atual a LC representou 73,2% dos casos e a LM 26,98%. O diagnóstico no estudo 1 ocorreu por métodos laboratoriais em 51,54% e por outros métodos em 48,46%, enquanto nos casos de notificação atual os métodos clínicos-laboratoriais responderam por 91,16% dos diagnósticos. Conclui-se que o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes avaliados no estudo 1 em relação aos dados mais recentes manteve-se semelhante, porém com mudanças pontuais que merecem melhor análise, como a elevação da faixa etária acometida e melhora evidente da taxa de confirmação laboratorial dos diagnósticos.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, Leishmaniose, Perfil epidemiológico