AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE EXTRATOS LARVAIS DE Aedes aegypti E Bacillus thurigiensis var. israelensis NA ATIVIDADE DE OVIPOSIÇÃO INTRAESPECÍFICA
ANDRÉA KARLA LEMOS DA SILVA SENA 1, MAIARA SANTOS DE MENEZES1, GABRIEL BEZERRA FAIERSTEIN1, ROSÂNGELA MARIA RODRIGUES BARBOSA1
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães / FIOCRUZ-PE
ANDREA_KARLA09@HOTMAIL.COM

Por décadas, vários países vêm investindo no controle populacional de mosquitos em áreas urbanas, mas a maioria continua fortemente infestada por A. aegypti , especialmente os países em desenvolvimento, como o Brasil. A Organização Mundial da Saúde prioriza o uso de armadilhas do tipo ovitrampas para monitoramento e controle, pois geraram informações qualitativas sobre a presença e a densidade do mosquito. Quando as ovitrampas são associadas ao biolarvicida Bacillus thurigiensis var. israelensis (Bti), tornam-se ainda mais eficientes, pois interromperam o desenvolvimento larvário. Em outro contexto, estudos relacionados aos criadouros de oviposição, informam que metabólitos secundários do desenvolvimento larvário influenciam fêmeas grávidas a escolherem criadouros previamente colonizados.  No entanto, estudos que avaliassem a eficiência da ovitrampa com biolarvicida associado a estimulantes de oviposição, ainda não tinham sido realizados. Desta forma, este trabalho objetivou avaliar extratos larvais de Aedes aegypti in natura associados ao biolarvicida Bti na atividade de oviposição de Aedes aegypti em ovitrampas. Extratos larvais foram feitos na proporção de 3 ml/larva. As ovitrampas foram preenchidas com 1 litro de extrato larval e em seguida foi adicionado 60 μl de Bti, enquanto os controles foram representados por 1 litro de água e 60 μl de Bti (método atualmente adotado nos programas de monitoramento e controle de culicídeos vetores). Duas palhetas de Eucatex foram utilizadas como substratos de oviposição em cada ovitrampa. Essas avaliações pareadas foram avaliadas quinzenalmente em 8 diferentes pontos nas dependências externas do Instituto Aggeu Magalhães. Os resultados foram analisados pelo Índice de Atividade de Oviposição (IAO), Test T Pareado e o Wilcoxon Test. Foi observado que as fêmeas ovipositaram significativamente mais ovos (p<0,0001) nas ovitrampas tratadas com o extrato larval e Bti em relação ao controle. As coletas realizadas geraram o total de 13.581 ovos, onde 69% dos ovos foram coletados nas ovitrampas tratadas, cujos valores apresentaram médias de 214 ±174 e IAO de +0,38. Já nas ovitrampas controles, foram coletados 31% dos ovos, cujos valores apresentaram média de 103 ±79. Desta forma, concluímos que a associação do extrato de larvas ao Bacillus thurigiensis var. israelenses potencializou a coleta de ovos em relação as ovitrampas apenas com água e Bti.



Palavras-chaves:  controle de vetores, ecologia de vetores, oviposição