DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO CEARÁ: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ANOS DE 1997 E 2016. |
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) apresenta grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos, estando relacionada a deficiências e incapacidades funcionais. As mudanças demográficas, epidemiológicas e nutricionais têm transformado o padrão de morbimortalidade no Brasil e em outros países, provocando redução da fertilidade e a frequência de doenças infecciosas, em contrapartida aumentando a expectativa de vida e a presença das DCNT. Estas envolvem, principalmente, as doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, diabetes e câncer. Este estudo objetiva apresentar a situação epidemiológica das DCNT no Ceará nos anos 1997 e 2016. Trata-se de um estudo transversal, epidemiológico do tipo espacial com abordagem quantitativa conforme a análise de dados ofertados pela Secretária de Saúde do Estado do Ceará e do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) nos anos de 1997 e 2016. A análise dos dados verificou-se que em 1997 as DCNT representavam aproximadamente um terço (32,7%) do total de óbitos ocorridos no Estado. Já no ano de 2016 essa proporção atingiu quase a metade de todos os óbitos registrados (49,4%), representando um acréscimo de 51,1% entre 1997 e 2016, sendo as principais causas: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) com elevação de 63,6%, seguido da diabetes mellitus (DM) com 17,2% e neoplasias com aumento de 14,6% no período. Enquanto para as doenças do aparelho circulatório observou-se decréscimo de 3,0%. Já as doenças cardiovasculares representam a primeira causa de óbito na população no estado do Ceará. Analisadas as taxas de mortalidade por causas específicas das DCNT, nota-se um comportamento crescente em todas elas, destacando-se as doenças cerebrovasculares como as de maiores taxas de mortalidade, apresentando em 1997 a taxa de 34,2 e 2016 de 50,7 por 100.000 hab. Considerando o período entre 1997 e 2016, houve um aumento percentual das Doenças Hipertensivas (313,5%) passando de 5,2 para 21,5 por 100.000 hab., diabetes (122,4%) elevando-se de 9,8 para 21,8 por 100.000 hab. e Doenças Isquêmicas do Coração (123,3%), passando de 21,5 para 48,0 por 100.000 hab. Mediante as informações relacionadas ao aumento das DCNT: hábitos de vida, má alimentação e inatividade física estão diretamente ligadas ao seu acréscimo. Desse modo, faz-se necessário elaborar estratégias e políticas públicas visando promoção, prevenção, vigilância e tratamento dessas doenças no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). |