LEISHMANIOSE VISCERAL NO CEARÁ: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ENTRE OS ANOS 2008 A 2017 |
De acordo com Ministério da Saúde, a Leishmaniose visceral conhecida como Calazar é uma doença infecciosa sistêmica, crônica, tendo como sintomatologia: hepatoesplenomegalia, perda de peso, febre de longa duração, anemia, astenia, dentre outras manifestações. Sua transmissão acontece através da picada de fêmeas do inseto infectado (Lutzomyia longipalpis) que contamina o homem. E tem como fonte principal de vetor no meio urbano os cães. Este estudo objetiva apresentar a situação epidemiológica e entomológica da leishmaniose visceral no Ceará nos anos de 2008 a 2017. Trata-se de um estudo transversal, epidemiológico, de abordagem quantitativa, por meio da análise de dados ofertados pela Secretária de Saúde do Estado do Ceará e do Sistema de Informação de agravos e Notificação (Sinan) nos anos de 2008 a 2017. Análise dos dados demonstrou que no Ceará, a leishmaniose visceral está presente em todos os municípios do estado. Durante o período de análise foram notificados 9.247 casos e destes, 5.312 (57,4%) foram confirmados. A média anual de casos confirmados foi de 531 e a incidência de 6,1 casos/100.000 hab. Equiparando os casos confirmados de 2015 com 2016 verificou-se uma redução de 28,8% (156) no número de casos, sendo que os óbitos desse mesmo período, teve uma redução de 39% passando de 41 para 25. Em 2017 à data da Semana Epidemiológica 34, foram notificados 499 casos, com 191 confirmados, 219 descartados, 51 inconclusivos e 38 ignorados ou em branco, apresentando uma incidência de 2,1 por 100 mil habitantes. Em relação ao sexo, os homens são mais acometidos que as mulheres com uma média de 67.6% dos casos. No que se refere a faixa etária as crianças de 1 a 4 ano são as mais acometidas pela doença, somando 21,9% (1.228/5.600), seguidas dos adultos de 30 a 39 anos que representam 11,8% (662/5.600) dos casos confirmados. Desse modo, apesar da Leishmaniose visceral se fazer presente em todos os municípios do Ceará, houve baixa de média significativa em relação a redução de número de casos e óbitos. Logo, as medidas de educação em saúde devem está presente, objetivando levar informações e intervenções eficientes para a população, focando sempre nas fontes de infecção para o vetor, diagnóstico precoce, terapêutica adequada e sensibilização da população. |