INVESTIGAÇÃO DO ESPECTRO BACTERICIDA DO EXTRATO PROTEICO COM ATIVIDADE LECTÍNICA OBTIDO DE SEMENTES DE Sesbania virgata
GIULIAN CÉSAR DA SILVA SÁ1,3, LEIDIANE BARBOZA DA SILVA 1,3, MELISSA FARIAS ALVES DA SILVA 1,3, MATHEUS AUGUSTUS TEIXEIRA SILVA1,3, DANIELE DE FIGUEREDO SILVA1,3, TATIANE SANTI GADELHA1,3, EDELTRUDES DE OLIVEIRA LIMA1,3, ADRIANA FERREIRA UCHÔA1,3, CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA GADELHA1,3
1. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do norte, 2. UFPB - Universidade Federal da Paraíba, 3. IMT - Instituto de Medicina Tropical
MELISSAFARIAS593@GMAIL.COM

O gênero Sesbania integra a subfamília Papilionoideae e contém 70 espécies amplamente distribuídas nos trópicos e subtrópicos. Deste, tem-se a Sesbania virgata, um arbusto popularmente conhecido por acácia negra, saranzinho, mãe-josé e feijãozinho, que é nativo da parte sul do continente americano e ocorre na região Nordeste do Brasil, cujas sementes apresentam elevado teor proteico. Em função dessa abundância proteica, objetivou-se investigar o perfil bactericida do extrato proteico com atividade lectínica (EPAL) obtido de sementes de S. virgata contra Bacillus subtilis (ATCC-6633) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC-25853 e P-03). Para tal, a farinha das sementes de S. virgata (1:15, p/v) foi tomada para obtenção do extrato aquoso em tampão Glicina-NaOH (0,1 mol.L -1 ; pH 9,0) enriquecido com NaCl 0,15 mol.L -1. Após 22 horas de homogeneização em temperatura ambiente (35 °C), o extrato foi centrifugado (10000 x g, 30 min, 4 °C) e o sobrenadante recolhido (denominado EPAL) para determinar o teor de proteínas solúveis, a atividade lectínica – conforme procedimento sugerido e aprovado pelo CEUA/UFPB (nº178/2015) – e o perfil bactericida. As cepas foram adquiridas na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ) e no Laboratório de Micologia e Microbiologia (DCF/UFPB). Os ensaios foram realizados em meio líquido Caldo Brain Heart Infusion e a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do EPAL (10 mg de EPAL:1 mL de tampão) foi realizada por microdiluição (1024 μg/mL – 32 μg/mL) em placas de 96 poços com fundo em “U”, adicionado à uma suspensão de bactérias (10 5 UFC/mL) preparada conforme o tubo 0,5 da Escala McFarland, e incubadas a 35 °C por 24-72 horas. O corante resazurina (0,01%) foi utilizado na visualização do crescimento bacteriano e cloranfenicol (100 µg/mL) como controle positivo. O teor de proteínas solúveis presente em EPAL foi de 7,1304 mgP/mL e 106,9566 mgP/mgF e a atividade lectínica foi confirmada macroscopicamente e expressa por 32 UH/mgP -1, com 480 UH/gF e 273,6134 UH/mgP. Embora haja lectinas no extrato, estas não foram capazes de romper a parede celular das bactérias, em função da baixa interação com os pepetideoglicanos presentes nestas. Isso sugere que as lectinas presentes em EPAL, obtido de sementes de S. virgata não foram capazes de reconhecer o padrão de glicosilação destes microrganismos e inibir seu crescimento, fazendo, pois, do EPAL um agente bacteriostático nas concentrações testadas.



Palavras-chaves:  Atividade Bacteriostática, Extrato Protéico, Lectinas