EXPERIÊNCIA DO “PROJETO CORARTE: CORAÇÃO COM ARTE” EM SALA DE ESPERA, DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM DOENÇA DE CHAGAS, DO ESTADO DE PERNAMBUCO
ANNE KRISHNA PRIMO SICATO EPALANGA1,3, DOLORES NETTO MAIA1,3, CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS 1,3, POLLYANA PATRÍCIA RODRIGUES SILVA1,3, LUCIA COSTA SACHET 1,3, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1,3, MARIA JOSÉ QUEIROZ1,3, WILSON ALVES OLIVEIRA JÚNIOR1,3
1. PROCAPE-UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca - PROCAPE-UPE, 2. SECRETARIA ESTADUAL DE PERNAMBUCO – SES - Programa – SANAR - Secretaria Estadual de Pernambuco – SES, Recife, PE, 3. APDCIM - Associação dos Pacientes Portadores de Doença de Chagas de Pernambuco
anneepalanga@hotmail.com

Introdução: A doença de Chagas (DC) é uma infecção sistêmica, causada pelo T. cruzi. Destacam-se, em sua gênese e evolução, fatores relacionados à pobreza, negligência, estigmas, tabus e preconceitos que transcendem a esfera biomédica. Objetivo: Descrever a experiência do “Projeto CorArte: Coração com Arte” adotado na sala de espera, do Serviço de Referência (SR), em DC. Metodologia: Projeto concebido há 04 anos, pela equipe multiprofissional do SR (Terapia Ocupacional, Enfermagem, Psicologia e Medicina) e da Associação Pernambucana de DC, utilizando as diversas formas de expressão artística, como ferramenta de trabalho e adjuvante ao tratamento clínico. Desde então, foram realizadas 176 reuniões da Sala de Espera (SE), com média de 20 participantes por atividade. A cultura popular esteve presente usada especialmente por meio de cordel, grafite e música abordando temas relacionados à DC. Pessoas afetadas, direta ou indiretamente pela DC (pacientes e acompanhantes), participaram dessas ações, quer na condição de aprendizes, quer como tutores das atividades. Resultados: O trabalho de SE propiciou a troca de experiências e a vivência de diversos aspectos da gênese e evolução da DC que transcendem a consulta clínica. Após o “ Projeto CoArte: Coração com Arte” , observou-se o despertar da auto confiança entre o grupo, através de relatos que revelaram a ampliação da visão integral sobre si mesmos. Houve também demonstrações de maior entendimento de sua representatividade como sujeito principal do processo terapêutico, ultrapassando a condição “de ser ou estar doente”, com resgate da identidade individual, confiança e auto estima. A participação ativa das atividades artísticas foi traduzida como ampliação de horizontes, na medida em que se sentiram capazes de aprender e/ou ensinar algo novo. Discussão e Conclusão : A utilização da arte como ferramenta de trabalho biopsicossocial, tem sido adotada pelo SUS e defendida pela OMS que a reconhece como um caminho de auxilio terapêutico, promoção, reabilitação e recuperação da saúde. Através da arte, a pessoa pode expressar sentimentos e encontrar caminhos que favoreçam a comunicação de desconfortos e/ou experiências contraditórias, estigmas e tabus, de difícil diálogo. Particularmente, em relação à pessoa afetada pela DC, a necessidade de dialogar é premente, sobretudo, para o fortalecimento coletivo de sua voz, cidadania, auto estima, autonomia e dignidade.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Arte na Sala de Espera, Pernambuco