PERFIL CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES CRÔNICOS COM DOENÇA DE CHAGAS ATENDIDOS EM SERVIÇO PÚBLICO DE REFERÊNCIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS 1,2, SÍLVIA MARINHO MARTINS1,2, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SILVEIRA BARROS1,2, TAYNE FERNANDA LEMOS DA SILVA1,2, MARIA DA GLÓRIA AURELIANO MELO CAVALCANTI1,2, POLLYANA PATRÍCIA RODRIGUES SILVA1,2, POLIANA MILENA DA SILVA1,2, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1,2, GÊNOVA MARIA DE AZEVEDO OLIVEIRA 1,2, JOSÉ ALEXANDRE MENEZES DA SILVA1,2, WILSON ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR 1,2
1. PROCAPE-UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca, 2. SES- PE - Programa SANAR - Secretaria Estadual de Pernambuco , 3. UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA - Doutorando do Instituto de Higiene e Medicina Tropical
c.medeirospe@gmail.com

Introdução: A doença de Chagas (DC) é considerada uma condição crônica negligenciada, com elevada carga de morbimortalidade e impacto negativo biopsicossocial. Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes de doença de Chagas crônicos (DCC), atendidos em serviço de referência do Estado de Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, envolvendo 683 pacientes com DCC, acompanhados no período de 02/2016 a 05/2018. Foram incluídas as variáveis socioeconômicas, epidemiológicas e clínicas: comorbidades, classificação clínica pela I Diretriz Latino-americana de Cardiopatia Chagásica, variáveis eletrocardiográficas (ECG): (BRD - Bloqueio de ramo direito/BDASE-bloqueio divisional ântero-superior esquerdo) e presença de marca-passo (MP) ou cardiodesfibrilador implantável(CDI); ao ecocardiograma(ECO): Fração de Ejeção do Ventrículo esquerdo(FEVE), ao Holter: presença de Taquicardia Ventricular não Sustentada (TVNS) e Taquicardia Ventricular Sustentada(TVS). Resultados: A casuística apresentou idade média de 62 ± 12 anos, com predominância do sexo feminino 69%; natural da Zona da Mata (40,5%), seguida do Sertão (30%) e procedência da Região Metropolitana de Pernambuco (49,5%); grau de instrução: fundamental incompleto em 40,5% com 30% de analfabetismo; renda de até 1 salário mínimo (76%) com 12% sem nenhuma renda mensal declarada; 47% relatam DC na família; 82% já moraram em zona rural, e 90%, em casa de taipa; 79% informaram a presença do vetor na moradia, e 7% persistem com a presença do vetor até o momento. Entre as comorbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica em 76%, Dislipidemia em 47%, Diabetes Mellitus em 17%, Doença Arterial Coronariana em 9%.Foram acometidos com acidente vascular encefálico em 11 %,relatos de megaesôfago em 14,5%, e megacólon, em 6%. ECG: BRD 40% BDASE 35,5%.ECO: FEVE média (54 % ± 15 %), presença de TVNS 9% e TVS 1,5%.Implante de MP em 16% e de CDI em 1%, quanto à classificação clínica: 21% A, 44%B1, 8%B2 e 27%C. Discussão e Conclusão: Houve o envelhecimento dos pacientes com DCC, aumento de comorbidades, diferentemente das décadas passadas.A forma clínica mais prevalente foi a cardíaca sem disfunção ventricular, no entanto, o baixo perfil socioeconômico e a presença de arritmias graves continuam presentes.São importantes as ações integradas entre os serviços de saúde, vigilância epidemiológica e entomológica com orientações e cuidados de educação em saúde, visando a uma assistência integral no controle da DC.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Epidemiologia, Pernambuco