ADESÃO TERAPÊUTICA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ETIOLOGIA CHAGÁSICA X NÃO CHAGÁSICA
CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS 1, TAYNE FERNANDA LEMOS DA SILVA1, MARCONES FRANCISCO BARBOSA1, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SIILVEIRA BARROS1, LARISSA FERREIRA DE ARAÚJO PAZ1, MARIA DA GLÓRIA AURELIANO MELO CAVALCANTI1, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1, MARIA BEATRIZ ARAÚJO SILVA1, SILVIA MARINHO MARTINS1, WILSON ALVES OLIVEIRA JÚNIOR1
1. PROCAPE/UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco, 2. ESTÁCIO/RECIFE - Centro Universitário Estácio do Recife, 3. FENSG/UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças
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Introdução: Adesão é considerada um dos maiores desafios da atualidade no tratamento da doença crônica. Objetivos : Comparar a caracterização clínico-epidemiológica e adesão terapêutica da IC entre as etiologias Chagásica e não Chagásica. Metodologia : Estudo transversal; analisados 150 pacientes atendidos no ambulatório de IC de um serviço de referência do Estado de Pernambuco, no período de abril a dezembro/2017, sendo 24% IC Chagas e 76% IC Não Chagásica. Aplicada a escala de Adesão Terapêutica de Morisky, composta de 8 itens, modificada para IC, determinada de acordo com a pontuação resultante da soma das respostas corretas: alta (8), média (6 a 7) e baixa adesão (<6pontos). Considerado p-valor<0,05 significante. Resultados: A casuística apresentou idade média 59±13 anos e predominância de homens (57%),74% com renda per capita de 1 salário mínimo e 10% sem nenhuma renda. Quanto à adesão terapêutica de Morisky, 49% apresentaram média, 30% alta, e apenas 21%, baixa adesão. Na comparação entre os grupos, o grupo IC Chagas apresentou importante distinção na prevalência de idosos (p=0,025), naturalidade (p=< 0,001) e procedência (p=<0,001) do interior, baixa escolaridade (p=0,004), comparados ao grupo IC não Chagásica. Enquanto que para as variáveis sexo, comorbidades, classe funcional, função ventricular e adesão terapêutica, não houve diferença entre os grupos, apesar de o grupo IC Chagas apresentar maior frequência de classe funcional comprometida, disfunção ventricular reduzida, maiores escores de alta adesão e menor de baixa adesão. Discussão e Conclusão : A amostra avaliada tem a peculiaridade de apresentar baixos níveis socioeconômicos, embora tenha apresentado resultados da adesão comparáveis a estudos internacionais da IC. Apesar de terem gravidades semelhantes, o grupo IC Chagas apresenta baixo nível sócio e cultural e maior longevidade. Entretanto quanto à adesão terapêutica, não houve diferença entre os grupos, embora a frequência de alta adesão terapêutica foi melhor no grupo IC chagas. É possível que estratégias utilizadas com a equipe multidisciplinar atuante e a realização da consulta de enfermagem estejam contribuindo para esse cenário.



Palavras-chaves:  Adesão, Doença de Chagas, Insuficiência Cardíaca