ADESÃO TERAPÊUTICA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ETIOLOGIA CHAGÁSICA X NÃO CHAGÁSICA |
Introdução: Adesão é considerada um dos maiores desafios da atualidade no tratamento da doença crônica. Objetivos : Comparar a caracterização clínico-epidemiológica e adesão terapêutica da IC entre as etiologias Chagásica e não Chagásica. Metodologia : Estudo transversal; analisados 150 pacientes atendidos no ambulatório de IC de um serviço de referência do Estado de Pernambuco, no período de abril a dezembro/2017, sendo 24% IC Chagas e 76% IC Não Chagásica. Aplicada a escala de Adesão Terapêutica de Morisky, composta de 8 itens, modificada para IC, determinada de acordo com a pontuação resultante da soma das respostas corretas: alta (8), média (6 a 7) e baixa adesão (<6pontos). Considerado p-valor<0,05 significante. Resultados: A casuística apresentou idade média 59±13 anos e predominância de homens (57%),74% com renda per capita de 1 salário mínimo e 10% sem nenhuma renda. Quanto à adesão terapêutica de Morisky, 49% apresentaram média, 30% alta, e apenas 21%, baixa adesão. Na comparação entre os grupos, o grupo IC Chagas apresentou importante distinção na prevalência de idosos (p=0,025), naturalidade (p=< 0,001) e procedência (p=<0,001) do interior, baixa escolaridade (p=0,004), comparados ao grupo IC não Chagásica. Enquanto que para as variáveis sexo, comorbidades, classe funcional, função ventricular e adesão terapêutica, não houve diferença entre os grupos, apesar de o grupo IC Chagas apresentar maior frequência de classe funcional comprometida, disfunção ventricular reduzida, maiores escores de alta adesão e menor de baixa adesão. Discussão e Conclusão : A amostra avaliada tem a peculiaridade de apresentar baixos níveis socioeconômicos, embora tenha apresentado resultados da adesão comparáveis a estudos internacionais da IC. Apesar de terem gravidades semelhantes, o grupo IC Chagas apresenta baixo nível sócio e cultural e maior longevidade. Entretanto quanto à adesão terapêutica, não houve diferença entre os grupos, embora a frequência de alta adesão terapêutica foi melhor no grupo IC chagas. É possível que estratégias utilizadas com a equipe multidisciplinar atuante e a realização da consulta de enfermagem estejam contribuindo para esse cenário. |