IDENTIFICAÇÃO DE ROTAVÍRUS EM MANANCIAIS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE BELÉM, PARÁ, BRASIL |
Os vírus entéricos são agentes responsáveis por diversos tipos de infecção. São altamente estáveis no meio ambiente, podendo manter a sua infecciosidade mesmo após exposição aos processos de tratamento. As partículas virais contaminam o ambiente aquático a partir do descarte de esgoto doméstico, causando doenças, como a diarreia. O principal vírus associado à doença diarreica é o rotavírus da espécie A (RVA), responsável por 5% das mortes anuais de crianças em todo mundo. O presente estudo visou detectar a presença do RVA em águas provenientes de dois mananciais (lagos Bolonha e Água Preta) e de uma estação de tratamento de água na cidade de Belém, Pará, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2016, totalizando 142 amostras. As amostras de água foram concentradas e o genoma viral foi extraído, submetido à reação em cadeia mediada pela polimerase precedida por transcrição reversa utilizando iniciadores específicos para o gene VP6 e posterior sequenciamento e análise filogenética. O RVA foi detectado em 6,3% das amostras (9/142) oriundas das seguintes localidades: Estação de Tratamento de Água (1,4%, 2/142), lago Bolonha (3,5%, 5/142), e lago Água Preta (1,4%, 2/142). O período de maior detecção do RVA foi de dezembro de 2015 a março de 2016. Foi possível realizar a análise filogenética em 5 espécimes, as quais pertenceram aos genótipo I1 (80%, 4/5) e I2 (20%, 1/5). Os resultados obtidos demonstram que os manancias hídricos estão sendo afetados por interferências humanas e corroboram com a relevância da padronização de um controle de potabilidade da água visando a presença agentes virais, uma vez que a presença desses patógenos no meio ambiente associado à falta de saneamento básico proporciona a disseminação das doenças virais à população humana. |