NEUROSSÍFILIS COMO INFECÇÃO OPORTUNISTA PRIMÁRIA EM ABERTURA DO QUADRO DE SIDA: RELATO DE CASO
INGRID ZANDONÁ1, RAFAEL BAROFALDI BUENO 1, ANA GABRIELA BARBOSA CHAVES DE QUEIROZ1, BRUNA SOARES GONÇALO1, BRUNO RAMOS RIBEIRO SANTOS1, DALMO HOLLEN DIAS ANICETO DE LIMA1, MAYUMI CAVALCANTE HASHIGUCHI1, SÉRGIO DE ALMEIDA BASANO1, GLAUCE ANNE CARDOSO1
1. UNISL - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS, 2. CEMETRON - CENTRO DE MEDICINA TROPICAL DE RONDÔNIA
ingrid_zandona@hotmail.com

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum . Transmitida pelo contato, em relações sexuais, de abrasões mucocutâneas com fluidos corporais contaminados, e a disseminação em direção ao sistema nervoso pode ocorrer em qualquer estágio. OBJETIVO: Relatar um caso de neurossífilis, evidenciando complicações. DESENHO DE ESTUDO: Paciente masculino, 28 anos, é admitido na UPA-SUL/Porto Velho-RO queixando-se de exantema maculopapular em tronco e face há 1 mês, com evolução para pústulas e crostas difusas, além palpitações e dispneia há 2 dias. Exames laboratoriais apontaram anti-HIV e sífilis reagente. Encaminhado ao Hospital CEMETRON, com rebaixamento do nível de consciência, acamado, em regular estado geral, não responsivo, com hiperemia e petéquias difusas. Escala de Glasgow 10/15, com padrão letárgico, levemente sedado. Foi diagnosticado com neurossífilis, através de análise do líquor. Então, realizou-se intermação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), intubação orotraqueal – devido à reação anafilática com edema de glote, depois substituída por traqueostomia. Simultaneamente, iniciou-se terapêutica medicamentosa com uso de antibióticos – para neurossífilis e pneumonia por broncoaspiração. O eletrocardiograma revelou onda Q patológica e ecocardiografia revelou prolapso de valva mitral, além do aumento de enzimas cardíacas – tratado com medicação anticoagulante. Houve encaminhamento ao psiquiatra, devido à probabilidade de distúrbios psíquicos e à hipótese diagnóstica de esquizofrenia. Com bom prognóstico, recebeu alta deambulando. MÉTODOS: Acesso ao prontuário clínico e dados laboratoriais referentes ao caso, associado à pesquisa literária a respeito do quadro do paciente. RESULTADO: Diagnóstico de neurossífilis com evolução e prognóstico positivos. DISCUSSÃO: Na sífilis, a manifestação compreende sinais dermatológicos em todas as fases ou permanece assintomático por longo período. O paciente apresentou compatibilidade com o quadro clínico característico de neurossífilis que, após confirmação diagnóstica, passou a apresentar rebaixamento de consciência com padrão letárgico e confusão mental, objetivando a pesquisa licórica. CONCLUSÃO: A neurossífilis é uma rara de manifestação da doença, o diagnóstico pode ser difícil, contudo deve ser obtido com rapidez e precisão, pois determina o curso terapêutico, possíveis complicações e a recuperação desses pacientes.



Palavras-chaves:  Neurossífilis, SIDA, Sífilis, Treponema pallidum