NEUROSSÍFILIS COMO INFECÇÃO OPORTUNISTA PRIMÁRIA EM ABERTURA DO QUADRO DE SIDA: RELATO DE CASO |
INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum . Transmitida pelo contato, em relações sexuais, de abrasões mucocutâneas com fluidos corporais contaminados, e a disseminação em direção ao sistema nervoso pode ocorrer em qualquer estágio. OBJETIVO: Relatar um caso de neurossífilis, evidenciando complicações. DESENHO DE ESTUDO: Paciente masculino, 28 anos, é admitido na UPA-SUL/Porto Velho-RO queixando-se de exantema maculopapular em tronco e face há 1 mês, com evolução para pústulas e crostas difusas, além palpitações e dispneia há 2 dias. Exames laboratoriais apontaram anti-HIV e sífilis reagente. Encaminhado ao Hospital CEMETRON, com rebaixamento do nível de consciência, acamado, em regular estado geral, não responsivo, com hiperemia e petéquias difusas. Escala de Glasgow 10/15, com padrão letárgico, levemente sedado. Foi diagnosticado com neurossífilis, através de análise do líquor. Então, realizou-se intermação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), intubação orotraqueal – devido à reação anafilática com edema de glote, depois substituída por traqueostomia. Simultaneamente, iniciou-se terapêutica medicamentosa com uso de antibióticos – para neurossífilis e pneumonia por broncoaspiração. O eletrocardiograma revelou onda Q patológica e ecocardiografia revelou prolapso de valva mitral, além do aumento de enzimas cardíacas – tratado com medicação anticoagulante. Houve encaminhamento ao psiquiatra, devido à probabilidade de distúrbios psíquicos e à hipótese diagnóstica de esquizofrenia. Com bom prognóstico, recebeu alta deambulando. MÉTODOS: Acesso ao prontuário clínico e dados laboratoriais referentes ao caso, associado à pesquisa literária a respeito do quadro do paciente. RESULTADO: Diagnóstico de neurossífilis com evolução e prognóstico positivos. DISCUSSÃO: Na sífilis, a manifestação compreende sinais dermatológicos em todas as fases ou permanece assintomático por longo período. O paciente apresentou compatibilidade com o quadro clínico característico de neurossífilis que, após confirmação diagnóstica, passou a apresentar rebaixamento de consciência com padrão letárgico e confusão mental, objetivando a pesquisa licórica. CONCLUSÃO: A neurossífilis é uma rara de manifestação da doença, o diagnóstico pode ser difícil, contudo deve ser obtido com rapidez e precisão, pois determina o curso terapêutico, possíveis complicações e a recuperação desses pacientes. |