ICTISMO ACANTÓXICO EM RONDÔNIA: UM AGRAVO EPIDEMIOLÓGICO SUBNOTIFICADO
RAFAEL BAROFALDI BUENO 1, INGRID ZANDONÁ1, LUÍSA DE OLIVEIRA E SILVA1, STELLA ANGELA TARALLO ZIMMERLI1, ANTÔNIO CORREIA VILELA NETO1, HENRIQUE VICTOR BELINE DA SILVA1, GABRIELLA ANTÔNIA BRAGA DE OLIVEIRA1, GIULIA VICTÓRIA DANTAS DE ALMEIDA1, GLAUCE ANNE CARDOSO1
1. UNISL - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS, 2. CEMETRON - CENTRO DE MEDICINA TROPICAL DE RONDÔNIA
rbarofaldi@gmail.com

Introdução : O ictismo acantotóxico de maior importância médica na região Amazônica são causados por arraias, são de carater traumático ou necrosante, com dor predominante, tais peixes possuem ferrões ou espinhos, retrosserrilhados e pontiagudos, envolvidos por tegumento, capazes de causar ferimentos e introduzir a peçonha. Objetivo : Relatar um caso de ictismo por arraia fluvial com infecção de partes moles. Descrição do caso: B.F.A., masculino, 30 anos, residente e procedente de Ji-Paraná – RO. Relata que em 25/08/17 acidente com arraia fluvial em rio em Urupá-RO, que ocasionou lesão de bordos irregulares de 3 cm de diâmetro em tornozelo direito, acompanhada de dor constante de intensidade de 9 em 10. Foi atendido em hospital local, onde realizou limpeza com soro fisiológico e sutura dos bordos, e medicado com cefalexina e vacina antitetânica. Cerca de 48 horas, após o acidente evoluiu com febre remitente de 38,8 0 C, foi internado em hospital em Ji-Paraná-RO, tratado com ceftriaxona e desbridou a lesão, recebeu alta hospitalar no 3 0 dia de internação. No 7 0 dia após o acidente, evoluiu com infecção de partes moles em pé direito com saída de secreção purulenta em local da ferida. Foi atendido no Centro de Medicina Tropical de Rondônia, medicado com ceftriaxona 2g/dia por 14 dias. Em 22/09, evoluiu com dor intensa, edema quente, com flutuação e hiperemia no local da lesão cicatrizada, quando procurou atendimento no CEMETRON, foi internado para drenagem do abscesso com colocação de dreno e tratado com clindamicina por 7 dias. Evoluiu com resolução do quadro infeccioso em  tornozelo direito, e no 8 0 dia de internação recebeu alta hospitalar. Discussão: Os acidentes ocorrem quando são acidentalmente pisadas, e há introdução do ferrão caudal que, causa uma lesão perfurocontusa em pés e/ou nos calcanhares. O quadro clinico caracteriza-se por dor lancinante no local da lesão que evolui com edema e eritema, seguida de necrose isquêmica e infecção secundária. O tratamento baseia-se em compressas mornas, analgesia sistêmica, profilaxia antitetânica, e antibioticoterapia profilática. Conclusão: Os acidentes por arraias são um importante agravo de saúde publica geralmente são subnotificados nos serviços de epidemiologia, e estão geralmente associados a casos de incapacidade física temporária ou permanente.



Palavras-chaves:  Abscesso, Epidemiologia, Peixes venenosos