INFESTAÇÃO POR AEDES AEGYPTI (DIPTERA: CULICIDAE) NOS CAMPI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
ANA JULIA RODRIGUES BISERRA 1, ANDRÉ NEVES MALTA1, WILLIAN MEGUMI MOMOEDA1, LETÍCIA SILVA MARTEIS1
1. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
biserra7@gmail.com

Com comportamento altamente sinantrópico e antropofílico, Aedes aegypti é o mosquito mais associado ao homem e tem grande relevância em saúde pública por apresentar competência vetorial para transmitir diversos arbovírus como os da dengue, febre amarela, chikungunya e zika. Assim, é fundamental investigar os níveis de infestação pelo vetor em locais com grande contingente populacional, de modo que o objetivo deste estudo foi monitorar a infestação por Ae. aegypti nos campi da Universidade Federal do Vale do São Francisco no estado de Pernambuco. Mensalmente, durante os últimos 10 meses, foram instaladas e monitoradas 10 armadilhas de oviposição nos locais com maior circulação de pessoas nos campi Sede e Ciências Agrárias (CCA). Os ovos coletados foram contados com auxílio de microscópio estereoscópio e originaram os adultos utilizados na identificação específica a partir das suas características morfológicas. Foram calculados o Índice de Positividade da Ovitrampa (IPO), o Índice de Densidade dos Ovos (IDO), o Número Médio de Ovos (NMO) e o Índice de Constância (C). Além disso, investigou-se a correlação entre esses índices entomológicos e as variáveis ambientais precipitação, temperatura e umidade relativa do ar. Ao todo foram coletados 3221 ovos, 77% deles no campus Sede, embora Ae. aegypti seja classificada como uma espécie constante nos dois campi (C>50%). No campus CCA, os maiores valores dos índices entomológicos (IPO, IDO e NMO) foram registrados nos meses de março e abril de 2018, enquanto no campus Sede os altos níveis de infestação duraram de fevereiro a maio de 2018. Quanto aos locais com maior infestação por Ae. aegypti , a residência universitária localizada no CCA foi responsável por 49% dos ovos coletados. Já no campus Sede, os maiores índices foram observados no bloco de salas de aula (33%), embora a infestação também estivesse distribuída no ginásio de práticas esportivas, na biblioteca e no restaurante universitário, cada um com 21% dos ovos coletados. Não houve correlação entre as variáveis entomológicas e as variáveis ambientais, indicando que a manutenção da infestação pelo vetor nos campi pode ser mais influenciada pelos hábitos da população que por fatores abióticos. Assim, a identificação da dinâmica da infestação por Ae. aegypti possibilitará estabelecer medidas eficazes de controle vetorial de acordo com as particularidades de cada campus, para reduzir a incidência de arboviroses na região.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, Arboviroses, Controle de vetores, Infestação, Vigilância epidemiológica