INFESTAÇÃO POR AEDES AEGYPTI (DIPTERA: CULICIDAE) NOS CAMPI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL |
Com comportamento altamente sinantrópico e antropofílico, Aedes aegypti é o mosquito mais associado ao homem e tem grande relevância em saúde pública por apresentar competência vetorial para transmitir diversos arbovírus como os da dengue, febre amarela, chikungunya e zika. Assim, é fundamental investigar os níveis de infestação pelo vetor em locais com grande contingente populacional, de modo que o objetivo deste estudo foi monitorar a infestação por Ae. aegypti nos campi da Universidade Federal do Vale do São Francisco no estado de Pernambuco. Mensalmente, durante os últimos 10 meses, foram instaladas e monitoradas 10 armadilhas de oviposição nos locais com maior circulação de pessoas nos campi Sede e Ciências Agrárias (CCA). Os ovos coletados foram contados com auxílio de microscópio estereoscópio e originaram os adultos utilizados na identificação específica a partir das suas características morfológicas. Foram calculados o Índice de Positividade da Ovitrampa (IPO), o Índice de Densidade dos Ovos (IDO), o Número Médio de Ovos (NMO) e o Índice de Constância (C). Além disso, investigou-se a correlação entre esses índices entomológicos e as variáveis ambientais precipitação, temperatura e umidade relativa do ar. Ao todo foram coletados 3221 ovos, 77% deles no campus Sede, embora Ae. aegypti seja classificada como uma espécie constante nos dois campi (C>50%). No campus CCA, os maiores valores dos índices entomológicos (IPO, IDO e NMO) foram registrados nos meses de março e abril de 2018, enquanto no campus Sede os altos níveis de infestação duraram de fevereiro a maio de 2018. Quanto aos locais com maior infestação por Ae. aegypti , a residência universitária localizada no CCA foi responsável por 49% dos ovos coletados. Já no campus Sede, os maiores índices foram observados no bloco de salas de aula (33%), embora a infestação também estivesse distribuída no ginásio de práticas esportivas, na biblioteca e no restaurante universitário, cada um com 21% dos ovos coletados. Não houve correlação entre as variáveis entomológicas e as variáveis ambientais, indicando que a manutenção da infestação pelo vetor nos campi pode ser mais influenciada pelos hábitos da população que por fatores abióticos. Assim, a identificação da dinâmica da infestação por Ae. aegypti possibilitará estabelecer medidas eficazes de controle vetorial de acordo com as particularidades de cada campus, para reduzir a incidência de arboviroses na região. |