AVALIAÇÃO ANTIPLASMODIAL IN VITRO e IN VIVO DE NOVOS COMPOSTOS HIBRIDIZADOS COM GRUPAMENTO IMINA
JULIANE APARECIDA MARINHO 1, RAISSA SOARES MEINEL1, DANIEL SILQUEIRA MARTINS GUIMARÃES1, FERNANDO DE PILLA VAROTTI1, ALEXANDRE BUDU1, MARCOS LEONI GAZARINI DUTRA1, NICOLLI BELLOTI DE SOUZA1, ADILSON DAVID DA SILVA1, CLARICE ABRAMO1
1. UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora, 2. UFSJ - Universidade Federal de São João Del Rey, 3. UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, 4. UNIATENAS - UniAtenas - Centro Universitário Atenas
jumarinho28@yahoo.com.br

Há alguns anos o tratamento contra malária tem sido prejudicado devido ao surgimento de cepas resistentes, inclusive a terapia combinada com Artemisinina. Na tentativa de aumentar o espectro terapêutico, vários pesquisadores têm buscado o desenvolvimento de novos farmácos. Neste trabalho foram realizados testes in vitro e in vivo para avaliar a atividade antiplasmodial de um novo grupo de moléculas (I1, I2, I3, I5, I6, I7).  A síntese foi baseada no conceito de hibridização molecular, onde o anel 4-aminoquinolínico foi conjugado a diferentes grupos aromáticos por meio de ligantes do tipo iminas (R1-N=R2). Foram avaliados parâmetros de citotoxicidade em células Vero e WI26VA4, hemólise, atividade in vitro contra P. falciparum W2(ELISA-HRPII), índice de seletividade (IS), propriedades físico-químicas e farmacocinéticas in silico , avaliação da alteração do pH do vacúolo digestivo in vitro e atividade antimalárica in vivo pelo teste supressivo de Peters . O IS foi calculado pela razão do valor de CC50 em células WI26VA4 pelo valor de IC50 (Concentração que inibe 50% dos parasitos) da linhagem W2 (Cloroquina-resistente) de P. falciparum . Alterações no pH do vacúolo digestivo do parasito foram avaliadas por microscopia confocal. O teste supressivo foi realizado em camundongos Swiss, infectados com 5 x 10 6 /mL hemácias parasitadas com P. berghei NK65, i.p. e tratados (v.o) com 15 mg/kg do compostos em estudo diluídos com água e 5% de dimetilsufóxido. O valor da inibição da multiplicação do parasito (IMP) foi calculado através das médias das parasitemias dos grupos tratados com o grupo não tratado.  Os dados de citotoxicidade revelaram que os compostos não foram tóxicos para células Vero e hemácias até a concentração de 150 µM. Os compostos em geral apresentaram elevados IS, sendo os melhores observados para as moléculas I3, I6 e I7. Avaliando in silico as propriedades físico-químicas dos três compostos citados, todos foram promissores para serem administrados via oral. A microscopia mostrou que os compostos I6 e I7 são capazes de promover alterações aumentando o pH interno do vacúolo. Os compostos I6 e I7 obtiveram valores importantes de IMP no 5º dia pós-infecção (I6= 72,64% e I7= 71,32%) e melhoraram a sobrevida dos animais, quando comparados ao grupo não tratado.  Diante destes resultados podemos avaliar os compostos como promissores e mais testes serão necessários para comprovar sua potencial atividade antimalárica. Agências de fomento:  FAPEMIG, UFJF, CAPES.



Palavras-chaves:  Aminoquinolinas, Iminas, Malária, Quimioterapia