PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR TUNGÍASE NO BRASIL |
A tungíase é uma infestação causada pela pulga do gênero Tunga penetrans , também conhecida como bicho-de-pé. Somente as pulgas adultas vivem no hospedeiro, acometendo tanto humanos, quanto animais. A importância diz respeito ao alto nível de infestação mundial, relacionado à negligência, tanto por parte dos indivíduos que contraem a infestação, quanto por profissionais de saúde. Os estudos sobre mortalidade por tungíase no Brasil é relevante para apaziguar as negligências e incentivar os profissionais a orientar as populações que vivem em áreas endêmicas. Assim, o objetivo deste estudo foi conhecer a mortalidade por tungíse no Brasil nos últimos anos. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário do estudo foi o Brasil, que, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem população estimada, em 2017, de 207.660.929 habitantes e divide-se em cinco regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Os dados foram coletados do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS). As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, raça e localidade (regiões brasileiras). O período analisado compreendeu os anos de 2008 a 2017. Nesse período, houveram 11 mortes por tungíase no Brasil; sendo a maioria na região Nordeste (n=6; 54,5%). Em relação ao sexo, o predomínio foi o masculino (n=6; 54,5%). No que se refere ao grupo etário, houve mais mortes em população com 70 a 79 anos (n=4; 36,4%). Quanto à raça, os mais acometidos foram pardos (n=5; 45,5%). Quanto aos meses, o maior número de mortes referiu-se ao mês de janeiro (n=3; 27,3%). Os estados que notificaram mortalidade por tungíase no período analisado foram: Paraná (n=2), Minas Gerais (n=1), Goiás (n=1), Roraima (n=1), Ceará (n=1), Rio Grande do Norte (n=1) e Bahia (n=4; 36,4%). Em estudos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, era alta a infestação por T. penetrans entre crianças de cinco e dez anos. Segundo a literatura, a tungíase continua sendo um importante problema de saúde pública para os muito pobres, um problema negligenciado por aqueles que são afetados, pela classe médica e pela comunidade científica. Conclui-se que o perfil epidemiológico dos óbitos por tungíase no Brasil é composto, de modo geral, por homens, pardos, com 70 a 79 anos de idade. |