PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR TUNGÍASE NO BRASIL
GLENDA LYARA RIBEIRO QUEIROZ 1, EDYLANA ALVES DE CARVALHO1, SHEILA DA SILVA NASCIMENTO1, RENATA BASTOS DE CASTRO1, RAYSA RIBEIRO DOS SANTOS1, MYKAELLY DE SOUSA MEDEIROS CARVALHO1, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
glenda_lyara13@hotmail.com

A tungíase é uma infestação causada pela pulga do gênero Tunga penetrans , também conhecida como bicho-de-pé. Somente as pulgas adultas vivem no hospedeiro, acometendo tanto humanos, quanto animais. A importância diz respeito ao alto nível de infestação mundial, relacionado à negligência, tanto por parte dos indivíduos que contraem a infestação, quanto por profissionais de saúde. Os estudos sobre mortalidade por tungíase no Brasil é relevante para apaziguar as negligências e incentivar os profissionais a orientar as populações que vivem em áreas endêmicas. Assim, o objetivo deste estudo foi conhecer a mortalidade por tungíse no Brasil nos últimos anos. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário do estudo foi o Brasil, que, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem população estimada, em 2017, de 207.660.929 habitantes e divide-se em cinco regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Os dados foram coletados do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS). As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, raça e localidade (regiões brasileiras). O período analisado compreendeu os anos de 2008 a 2017. Nesse período, houveram 11 mortes por tungíase no Brasil; sendo a maioria na região Nordeste (n=6; 54,5%). Em relação ao sexo, o predomínio foi o masculino (n=6; 54,5%). No que se refere ao grupo etário, houve mais mortes em população com 70 a 79 anos (n=4; 36,4%). Quanto à raça, os mais acometidos foram pardos (n=5; 45,5%). Quanto aos meses, o maior número de mortes referiu-se ao mês de janeiro (n=3; 27,3%). Os estados que notificaram mortalidade por tungíase no período analisado foram: Paraná (n=2), Minas Gerais (n=1), Goiás (n=1), Roraima (n=1), Ceará (n=1), Rio Grande do Norte (n=1) e Bahia (n=4; 36,4%). Em estudos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, era alta a infestação por T. penetrans entre crianças de cinco e dez anos. Segundo a literatura, a tungíase continua sendo um importante problema de saúde pública para os muito pobres, um problema negligenciado por aqueles que são afetados, pela classe médica e pela comunidade científica. Conclui-se que o perfil epidemiológico dos óbitos por tungíase no Brasil é composto, de modo geral, por homens, pardos, com 70 a 79 anos de idade.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Mortalidade, Tungíase