ESTUDO DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS SUSPEITOS DE INFECÇÃO PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA NOTIFICADOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS NO ANO DE 2017
MARIA CLARA DE ARAÚJO CAVALCANTE1,2, LYCIA GAMA MARTINS1,2, ELANE CONCEIÇÃO DOS SANTOS1,2, FÁBIO EMANUEL FRANÇA DOS SANTOS1,2, WANESSA VERAS MARTINS1,2, ANTÔNIO ASSIS SANTIAGO SANTANA1,2, JAMILE TANIELE DA SILVA 1,2, LETÍCIA ANDERSON1,2, ALESSANDRA ABEL BORGES1,2, ADRIANA ÁVILA MOURA1,2, ÊNIO JOSÉ BASSI1,2
1. LAPEVI/ICBS/UFAL - Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, 2. FAMED/UFAL - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Alagoas, 3. CESMAC - Centro Universitário CESMAC, 4. HEHA - Hospital de Doenças Tropicais Dr. Hélvio Auto
JAMILETANIELE@GMAIL.COM

As arboviroses são infecções causadas por vírus transmitidos por meio de vetores artrópodes caracterizadas geralmente como uma doença febril aguda com erupções exantemáticas. Dentre as diversas arboviroses, destaca-se a infecção pelo vírus da Chikungunya (CHIKV), cuja doença que pode evoluir para a forma crônica, podendo a poliartralgia persistir por anos, sendo considerada um grave problema de saúde pública. No ano de 2016 foram reportados no Brasil 272 mil casos prováveis e 196 óbitos devido a essa infecção de acordo com o Ministério da Saúde, sendo 87% dos casos notificados na região Nordeste do país. Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise retrospectiva clínica-epidemiológica dos casos suspeitos desta infecção notificados em um hospital de referência para o atendimento de arboviroses no Estado de Alagoas (Hospital Escola Hélvio Auto – HEHA) no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2017. Para isso, foram coletadas informações a partir do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HEHA. No ano de 2017, foram notificados 35 casos suspeitos de infecção pelo CHIKV no HEHA, sendo 65% dos casos reportados em pacientes do sexo feminino e 35% do sexo masculino. Os principais sintomas observados foram febre, artralgia intensa e exantema, estando presentes em mais de 50% dos pacientes, compatível com o quadro clínico agudo de infecção pelo CHIKV. Ao avaliar a taxa de hospitalização, considerando-se o número total de casos notificados, 13% dos pacientes necessitaram de internação (n=5). Com relação à faixa etária, foi verificado que 80% dos casos suspeitos notificados foram provenientes de pacientes com idade entre 21 e 64 anos. No entanto, vale ressaltar que em apenas 34,3 % (n=12) dos casos foi realizada a confirmação diagnóstica por meio de teste laboratorial, sendo detectados anticorpos IgM anti-CHIKV em 90% dos casos analisados. Com relação à localização, o maior número de casos foi reportado em pacientes provenientes da região urbana (n=32) seguido da periurbana (n=3), não sendo nenhum caso proveniente de zona rural. Houve destaque para os municípios de Maceió (n=23), São Luís do Quitunde e Murici (ambos com n=2) na procedência dos casos. Assim, este estudo relata o perfil clínico-epidemiológico dos casos suspeitos da infecção pelo CHIKV no hospital de referência para atendimento desta arbovirose em Alagoas contribuindo para estratégias de prevenção e tratamento desta doença na área de saúde pública.



Palavras-chaves:  Vírus Chikungunya, Arbovirose, Epidemiologia