INFLUÊNCIA DA EXPRESSÃO DE TAP-2 NAS LESÕES CERVICAIS EM MULHERES COM E SEM INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS HUMANO
FERNANDA SILVA MEDEIROS1, NEILA CAROLINE HENRIQUE DA SILVA 1, MAURO CÉSAR DA SILVA1, CHRISTINA ALVES PEIXOTO1, STEFAN WELKOVIC1, MARIA CAROLINA VALENÇA RYGAARD 1, FABIANA OLIVEIRA DOS SANTOS GOMES 1, EDUARDO ANTÔNIO DONADI 1, NORMA LUCENA-SILVA 1
1. IAM-FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães-Fiocruz/PE, Departamento de Imunologia, Laboratório de Imunogenética., 2. CISAM-UPE - Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros Universidade de Pernambuco, 3. IMIP - Hospital de Ensino, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira.Departamento de Oncologia Pediátrica, Laboratório de Biologia Molecular., 4. USP-RIBEIRÃO PRETO - Universidade de São Paulo, Divisão de Imunologia clínica, Departamento de Medicina Ribeirão Preto., 5. IAM-FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães-Fiocruz PE , Laboratório de Ultraestrutura
neila_carol0212@hotmail.com

A proteína transportadora de antígenos (TAP) atua na formação do complexo Peptídeo-MHC-I, sendo essencial para a sua expressão na superfície celular. A diminuição na expressão de TAP em infecções virais tem sido associada a interferência no reconhecimento do antígeno e escape imunológico. No presente estudo, foi avaliado a diferença na expressão de TAP-2 de acordo com o grau de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) em mulheres infectadas ou não pelo papilomavírus humano (HPV). Foram incluídas 21 pacientes com idade de 36,9 (±7,7) anos, atendidas nos ambulatórios de Patologia Cervical do CISAM e do IMIP, em Recife/PE, entre julho de 2016 e maio de 2017. Os laudos histopatológicos foram: NIC I; NIC II e NIC III. Foram coletadas biópsias da área com lesão e do tecido adjacente a lesão (sã). A coloração de Hematoxilina e Eosina foi realizada como controle de qualidade e para a reação de imunohistoquímica (IMH) foi utilizado o Dako EnVision™ FLEX+. As lâminas foram incubadas com o anticorpo anti-TAP2 (Abcam). A quantificação da expressão proteica foi estimada pela marcação em pixels pelo software Gimp 2. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. O DNA das células cervicais foi extraído por KIT GE Healthcare® e o diagnóstico do HPV por PCR. As reações de IMH foram realizadas em todas as amostras, contudo, 10 de 21 (47,6%) delas não puderam ser analisadas, devido ao pequeno tamanho do fragmento. Desse modo, 55% (6) das amostras foram positivas e 45% (5) negativas para infecção por HPV. Foi observado mediana maior de células marcadas pela proteína TAP-2 nas amostras de NIC I em relação a NIC III ( p =0,0328). Enquanto a diferença nas medianas entre os grupos de NIC I vs NIC II ( p =0,8584) e NIC II vs NIC III ( p =0,1074) não foram significativas. A análise das áreas adjacentes a lesão mostrou maior marcação da TAP-2 no grupo de pacientes com diagnóstico de NIC I em relação ao grupo com diagnóstico de NIC II ( p =0,0340). As demais estratificações apresentaram medianas semelhantes entre os grupos ( p >0,05). Portanto, houve maior produção da TAP-2 no tecido de menor gravidade para lesão do que naquele de maior grau de lesão cervical. Nós sugerimos que a TAP-2 poderá ser um marcador de prognóstico para lesões cervicais. Contudo, o número maior de amostras poderá contribuir para melhor compreensão da via do processamento antigênico e da resposta imune frente as NICs.



Palavras-chaves:  HPV, Polimorfismo, TAP2, NIC