INFLUÊNCIA DA EXPRESSÃO DE TAP-2 NAS LESÕES CERVICAIS EM MULHERES COM E SEM INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS HUMANO |
A proteína transportadora de antígenos (TAP) atua na formação do complexo Peptídeo-MHC-I, sendo essencial para a sua expressão na superfície celular. A diminuição na expressão de TAP em infecções virais tem sido associada a interferência no reconhecimento do antígeno e escape imunológico. No presente estudo, foi avaliado a diferença na expressão de TAP-2 de acordo com o grau de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) em mulheres infectadas ou não pelo papilomavírus humano (HPV). Foram incluídas 21 pacientes com idade de 36,9 (±7,7) anos, atendidas nos ambulatórios de Patologia Cervical do CISAM e do IMIP, em Recife/PE, entre julho de 2016 e maio de 2017. Os laudos histopatológicos foram: NIC I; NIC II e NIC III. Foram coletadas biópsias da área com lesão e do tecido adjacente a lesão (sã). A coloração de Hematoxilina e Eosina foi realizada como controle de qualidade e para a reação de imunohistoquímica (IMH) foi utilizado o Dako EnVision™ FLEX+. As lâminas foram incubadas com o anticorpo anti-TAP2 (Abcam). A quantificação da expressão proteica foi estimada pela marcação em pixels pelo software Gimp 2. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. O DNA das células cervicais foi extraído por KIT GE Healthcare® e o diagnóstico do HPV por PCR. As reações de IMH foram realizadas em todas as amostras, contudo, 10 de 21 (47,6%) delas não puderam ser analisadas, devido ao pequeno tamanho do fragmento. Desse modo, 55% (6) das amostras foram positivas e 45% (5) negativas para infecção por HPV. Foi observado mediana maior de células marcadas pela proteína TAP-2 nas amostras de NIC I em relação a NIC III ( p =0,0328). Enquanto a diferença nas medianas entre os grupos de NIC I vs NIC II ( p =0,8584) e NIC II vs NIC III ( p =0,1074) não foram significativas. A análise das áreas adjacentes a lesão mostrou maior marcação da TAP-2 no grupo de pacientes com diagnóstico de NIC I em relação ao grupo com diagnóstico de NIC II ( p =0,0340). As demais estratificações apresentaram medianas semelhantes entre os grupos ( p >0,05). Portanto, houve maior produção da TAP-2 no tecido de menor gravidade para lesão do que naquele de maior grau de lesão cervical. Nós sugerimos que a TAP-2 poderá ser um marcador de prognóstico para lesões cervicais. Contudo, o número maior de amostras poderá contribuir para melhor compreensão da via do processamento antigênico e da resposta imune frente as NICs. |