PANORAMA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE |
A esquistossomose mansônica é uma doença negligenciada ocasionada pelo helminto trematódeo Schistossoma mansoni, conhecida popularmente como barriga d’água ou doença do caramujo. A doença está diretamente relacionada à situações de pobreza e baixo desenvolvimento econômico, principalmente à falta de saneamento básico e educação sanitária. Atualmente, a patologia afeta tanto áreas rurais como urbanas litorâneas, sendo o Nordeste brasileiro a região que possui todas as condições culturais, ambientais e sociais para o desenvolvimento do parasita. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo descrever o perfil epidemiológico da esquistossomose no estado do Rio Grande do Norte em um período de dez anos. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem quantitativa a partir do banco de dados do DATASUS - do Ministério da Saúde, através dos casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN e dos óbitos do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM, ambos referentes de 2007 a 2016. Também se coletou informações do Programa de Controle da Esquistossomose – PCE equivalente ao período de 2006 a 2015. No Rio Grande do Norte foram notificados 584 casos da doença no SINAN em 38 municípios, com maior concentração na capital Natal (49%). A distribuição dos casos se deu principalmente em pessoas do sexo masculino (64,9%), na faixa etária produtiva de 20 a 59 anos (59,1%), de baixa escolaridade (até ensino fundamental completo) (78,4%) e residentes na zona urbana (74,3%). Foram notificados 40 óbitos por esquistossomose para igual período no SIM, representando uma letalidade de 6,8%. De acordo com o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), foram trabalhados 18 municípios do estado e em 17 tiveram casos positivos para Schistossoma mansoni nos exames de fezes. Ao todo foram 13.460 exames positivos e as maiores prevalências foram em Touros (5,9%), Maxaranguape (5,8%), Baía Formosa (5,5%), Arês (5,3%) e Rio do Fogo (5,1%). Conclui-se que a esquistossomose permanece sendo um dos agravos de grande importância para a saúde pública do estado, demonstrando a necessidade de adoção de medidas mais eficazes para o controle da doença. |