PANORAMA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
MARIA DE LARA OLIVEIRA LIMA 1, TATIANA LEITE BARBOSA ARAÚJO DOS SANTOS1, BRUNO VINÍCIOS SILVA DE ARAÚJO1, PRISCILA OLIVEIRA COSTA1, NÁGILA THALITA DA SILVA LIMA1, LUISA TEIXEIRA DE ARAÚJO1, ALEXANDRO IRIS LEITE1
1. UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-árido
mlara.oliveira@hotmail.com

A esquistossomose mansônica é uma doença negligenciada ocasionada pelo helminto trematódeo Schistossoma mansoni, conhecida popularmente como barriga d’água ou doença do caramujo. A doença está diretamente relacionada à situações de pobreza e baixo desenvolvimento econômico, principalmente à falta de saneamento básico e educação sanitária. Atualmente, a patologia afeta tanto áreas rurais como urbanas litorâneas, sendo o Nordeste brasileiro a região que possui todas as condições culturais, ambientais e sociais para o desenvolvimento do parasita. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo descrever o perfil epidemiológico da esquistossomose no estado do Rio Grande do Norte em um período de dez anos. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem quantitativa a partir do banco de dados do DATASUS - do Ministério da Saúde, através dos casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN e dos óbitos do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM, ambos referentes de 2007 a 2016. Também  se coletou informações do Programa de Controle da Esquistossomose – PCE equivalente ao período de 2006 a 2015. No Rio Grande do Norte foram notificados 584 casos da doença no SINAN em 38 municípios, com maior concentração na capital Natal (49%). A distribuição dos casos se deu principalmente em pessoas do sexo masculino (64,9%), na faixa etária produtiva de 20 a 59 anos (59,1%), de baixa escolaridade (até ensino fundamental completo) (78,4%) e residentes na zona urbana (74,3%). Foram notificados 40 óbitos por esquistossomose para igual período no SIM, representando uma letalidade de 6,8%. De acordo com o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), foram trabalhados 18 municípios do estado e em 17 tiveram casos positivos para Schistossoma mansoni nos exames de fezes. Ao todo foram 13.460 exames positivos e as maiores prevalências foram em Touros (5,9%), Maxaranguape (5,8%), Baía Formosa (5,5%), Arês (5,3%) e Rio do Fogo (5,1%). Conclui-se que a esquistossomose permanece sendo um dos agravos de grande importância para a saúde pública do estado, demonstrando a necessidade de adoção de medidas mais eficazes para o controle da doença.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Schistossoma mansoni, Zoonose