ESCORE DE ABANDONO E O DESFECHO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE, SEGUNDO A VARIÁVEL ETILISMO |
Introdução: A utilização de escore de pontuação validados em serviços de saúde facilita a identificação de indivíduos com maior probabilidade de abandonar ou ter irregularidade no tratamento da Tuberculose (TB). Objetivos : Analisar o abandono, e sua relação com dois escores de avaliação utilizados no atendimento a pacientes com tuberculose. Desenho do estudo: Estudo do tipo coorte prospectivo. Métodos : Foram analisados características e pacientes com diagnóstico clinico-laboratorial de Tuberculose, em ambulatório de referência no período de 2012 a 2017 em Campo Grande, MS. As principais variáveis analisadas foram: desfechos clínicos (cura, abandono), o consumo de álcool (questionário padronizado voltados à detecção dos transtornos decorrentes do uso de álcool, CAGE -Cut down, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener) e um escore de probabilidade para pacientes em acompanhamento,validado por Prado et al. (2010). Resultados : Ao total 75 indivíduos foram analisados, com diagnóstico de TB. Destes 89,3%(67/75) encerraram o tratamento e 10,7% (8/75) abandonaram, 25% (25/75) eram etilistas. O etilismo foi um dos fatores associados ao abandono 75% (6/8) (p= 0,014). O tipo de bebidas consumida foram: 12,5% destiladas, 25,0% fermentadas e 37,5% fermentadas e destiladas. Analisando o escore de risco de abandono, observou-se que dentre os etilistas 11/25 (44,0%) apresentaram escore de abandono alto, 8/25 (32,0%) intermediário e 6/25 (24,0%) baixo (p= 0,01). A chance de um etilista abandonar o tratamento foi 7,58 vezes maior do que o não etilista (OR 7,58 IC95% 1,40 a 40,92). Discussões : O consumo de álcool é um fator que pode estar relacionado a perda da autonomia e redução do autocuidado, elementos importantes para manter a regularidade do tratamento e para aumentar o risco de abandono. Conclusões: A análise de hábitos sociais e a utilização de escore pode auxiliar a equipe de saúde a identificar o risco de abandono de tratamento, e favorecer a construção de intervenções e projetos terapêuticos singulares, de forma a reduzir o abandono do tratamento. |