ESCORE DE ABANDONO E O DESFECHO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE, SEGUNDO A VARIÁVEL ETILISMO
RAQUEL CORDEIRO RICCI1, MARIA PAULA BELINI1, TIAGO YUTA YAMAGUTI MAZIERO1, EVERTON FERREIRA LEMOS1, WANESSA DA SILVA PERES BEZERRA1, THIAGO NASCIMENTO DO PRADO1, ETHEL LEONOR NOIA MACIEL1, CLÁUDIA ELIZABETH VOLPE1, ANAMARIA MELO MIRANDA PANIAGO1, SANDRA MARIA LEONE DO VALLE DE OLIVEIRA1
1. UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2. UFES - Universidade Federal do Espirito Santo , 3. HUMAP-EBSERH - Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian
ricci_raquel@hotmail.com

Introdução: A utilização de escore de pontuação validados em serviços de saúde   facilita a identificação de indivíduos com maior probabilidade de abandonar ou ter irregularidade no tratamento da Tuberculose (TB). Objetivos : Analisar o abandono, e sua relação com dois escores de avaliação utilizados no atendimento a pacientes com tuberculose.   Desenho do estudo: Estudo do tipo coorte prospectivo. Métodos : Foram analisados características e pacientes com diagnóstico clinico-laboratorial de Tuberculose, em ambulatório de referência no período de 2012 a 2017 em Campo Grande, MS. As principais variáveis analisadas foram: desfechos clínicos (cura, abandono), o consumo de álcool (questionário padronizado voltados à detecção dos transtornos decorrentes do uso de álcool, CAGE -Cut down, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener) e um escore de probabilidade para pacientes em acompanhamento,validado por Prado et al. (2010). Resultados : Ao total 75 indivíduos foram analisados, com diagnóstico de TB. Destes 89,3%(67/75) encerraram o tratamento e 10,7%  (8/75) abandonaram, 25% (25/75) eram etilistas. O etilismo foi um dos fatores associados ao abandono 75% (6/8) (p= 0,014). O tipo de bebidas consumida foram: 12,5% destiladas, 25,0% fermentadas e 37,5% fermentadas e destiladas. Analisando o escore de risco de abandono, observou-se que dentre os etilistas 11/25 (44,0%) apresentaram escore de abandono alto, 8/25 (32,0%) intermediário e 6/25 (24,0%) baixo (p= 0,01). A chance de um etilista abandonar o tratamento foi 7,58 vezes maior do que o não etilista (OR 7,58 IC95% 1,40 a 40,92). Discussões : O consumo de álcool é um fator que pode estar relacionado a perda da autonomia e redução do autocuidado, elementos importantes para manter a regularidade do tratamento e para aumentar o risco de abandono. Conclusões: A análise de hábitos sociais e a utilização de escore pode auxiliar a equipe de saúde a identificar o risco de abandono de tratamento, e favorecer a construção de intervenções e projetos terapêuticos singulares, de forma a reduzir o abandono do tratamento.



Palavras-chaves:  Adesão à Medicação, Pacientes Desistentes do Tratamento, Tuberculose