PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM UM MUNICÍPIO DO NOROESTE PAULISTA |
Introdução: No Brasil, os acidentes com animais peçonhentos são considerados um problema de saúde pública sendo de notificação obrigatória desde a década de 80. A Organização Mundial de Saúde incluiu em 2009 este tipo de agravo à lista de doenças tropicais negligenciadas, considerado erradicado nos países desenvolvidos porém ainda prevalente no nosso país. Objetivo: Avaliar a incidência e o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos no município de Fernandópolis-SP. Metodologia: Utilizou-se de um estudo ecológico e descritivo temporal com base nos casos registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre os anos de 2008 - 2017. Resultados: No período estudado foram notificados 1.855 casos, e pode-se observar que os números de notificações aumentaram com os passar dos anos, saltando de um total de 56 em 2008 para 427 em 2017, sendo ainda este último o ano de maior incidência dos casos. Os meses compreendidos entre setembro a dezembro foram os que apresentaram maior ocorrência na média geral. A avaliação dos dados mostrou que aproximadamente 55% dos acidentes com animais peçonhentos envolveram indivíduos do sexo masculino, destes 82% eram brancos, com ensino médio completo em 23% das notificações e pode-se ainda observar frequência próxima em duas faixas etárias, 17% de 21 a 30 anos e 16 % de 51 – 60 anos. A maior parte destes residem na área urbana (87%), a qual também corresponde a área de maior ocorrência dos eventos. Mesmo se tratando da área urbana, um número expressivo de acidentes causados por escorpião neste período foi evidenciado, cerca de 83% do total dos casos, seguido de acidentes com aranhas em 9% e serpentes em 5%. Conclusões: A observação dos dados evidenciou que nos meses quentes e chuvosos, há um aumento no número de casos além da invasão do ambiente urbano por animais não comuns neste espaço, possibilitando o aumento crescente das notificações de acidentes com animais peçonhentos nos últimos dez anos. |