ANÁLISE GEOESPACIAL DA AIDS E VULNERABILIDADE SOCIAL DE UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO PÓS-TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
GÉSSYCA CAVALCANTE DE MELO1, EMILIA CAROLLE AZEVEDO DE OLIVEIRA 1, CAROLINA PIEDADE MORAIS DE FREITAS SOARES SILVA1, IANE BRITO LEAL1, ROBERTA ANDRADE BELTRÃO1, ANDRÉ LUIZ SÁ DE OLIVEIRA1, MONICA DE AVELAR FIGUEIRÊDO MAFRA MAGALHÃES1, CAMILA FERREIRA DA SILVA1, KARINA CONCEIÇÃO GOMES MACHADO DE ARAÚJO1
1. UFS - Universidade Federal de Sergipe, 2. IAM/FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães/ Fundação Oswaldo Cruz, 3. IAM/FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães/ Fundação Oswaldo Cruz, 4. UFS - Universidade Federal de Sergipe, 5. IAM/FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães/ Fundação Oswaldo Cruz, 6. IAM/FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães/ Fundação Oswaldo Cruz, 7. FIOCRUZ/ICICT - Fundação Oswaldo Cruz/ ICICT, 8. IAM/FIOCRUZ/PE - Instituto Aggeu Magalhães/ Fundação Oswaldo Cruz, 9. UFS - Universidade Federal de Sergipe
emiliacarolle@hotmail.com

A infecção pelo HIV ainda representa um agravo da saúde pública por envolver problemáticas clínicas, epidemiológicas, sociais, econômicas e políticas. Apesar de importantes avanços no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento, a América Latina não registrou um declínio substancial de novas infecções, conforme esperado. Sendo assim, este estudo teve como objetivos analisar a distribuição espacial do coeficiente de detecção da Aids em Alagoas entre 2007 e 2016 e investigar possíveis correlações com indicadores sociais e econômicos. O estudo é do tipo ecológico de base populacional composto pelos 102 municípios do estado de Alagoas - menor IDH do país. A amostra foi composta por todas as notificações de Aids em maiores de 13 anos entre jan/2007 e dez/2016, registrados no SINAN. Foi construído o coeficiente de detecção e utilizadas as taxas de analfabetismo, desemprego, renda média domiciliar per capita e proporção de pessoas de baixa renda, como indicadores que refletem a vulnerabilidade social. Foram empregadas técnicas de análise espacial por meio da suavização do coeficiente de detecção da Aids pelo método bayesiano empírico local e o diagrama de espalhamento de Moran. Foram notificados 5454 casos na área e período do estudo. A taxa de detecção média da doença foi de 17,5/100mil habitantes. A correção do coeficiente de detecção pela análise estimativa bayesiana empírica local suavizou as áreas e discriminou uma heterogeneidade com maior número de municípios apresentando taxas elevadas. A análise espacial de Moran apresentou valor do índice de 0,42 e P-valor 0,001, indicando que as áreas tendem a ser similares entre si. Em relação aos indicadores socioeconômicos, foi encontrada correlação moderada e positiva entre a taxa de desemprego e o IDHM com o coeficiente de detecção de Aids. Diante disto reflete-se que, apesar dos avanços, ainda são observadas áreas críticas em relação à taxa de detecção da doença. Esse resultado aponta para o risco também existente nas áreas consideradas de transição, uma vez que a dinâmica da transmissão do vírus não se limita às fronteiras político-administrativas. A análise instrumentada pelo geoprocessamento indicou a formação e estabelecimento de áreas de transmissão continuada, de transição e de vulnerabilidade social no Estado ao longo do período, demonstrando ser importante para o monitoramento da situação de saúde de uma população e para o emprego eficiente de recursos públicos para definição de estratégias direcionadas.



Palavras-chaves:  Análise Espacial , HIV, Epidemiologia, Enfermagem em Saúde Pública