AVALIAÇÃO DE LINFÓCITOS T E SEU PERFIL DE ATIVAÇÃO EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA |
A leishmaniose é considerada um problema de saúde pública, uma vez que atinge principalmente os mais pobres. Estudos demonstram que o curso da infecção está diretamente ligado com a resposta imune do hospedeiro. Destaque é dado aos linfócitos T CD4+ e CD8+, onde os linfócitos CD4+ podem expressar diversos perfis para o combate a infecção, sendo as mais conhecidos o perfil Th1 que culmina na morte do parasito e o perfil Th2, que favorece sua multiplicação. Já os linfócitos T CD8+ quando produtor de citocinas parece exercer papel de controle da infecção, enquanto que linfócitos que liberam seus grânulos parecem exacerbar as lesões da infecção. O presente trabalho avaliou o percentual de linfócitos T e seu perfil de ativação em pacientes com leishmaniose tegumentar americana. Os pacientes foram distribuídos em três grupo: um grupo antes do tratamento (AT), um grupo pós tratamento (PT) e um grupo subclínico (SC). Um quarto grupo foi denominado controle (CT), composto por indivíduos sadios, residentes de áreas não endêmicas para a doença. Foi realizado a coleta de sangue venoso em tubos de heparina, a amostra então foi submetida a uma centrifugação com a solução de Ficoll para obtenção de Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMCs) e foi feito seu ajuste para 10 6 células/tubo. Em seguida foi feita a marcação com anticorpos anti- CD4, -CD8 e -CD45 com posterior a leitura por citometria de fluxo. Observamos que os linfócitos T CD4+ apresentaram-se em maior percentual nos grupos PT e SC quando comparado com o CT. Os linfócitos T CD4+, entretanto, apresentaram uma maior ativação nos grupos AT e PT quando comparados com o grupo SC e uma menor ativação neste mesmo grupo, quando comparado com o grupo CT. Já os linfócitos T CD8+ apresentaram um maior percentual no grupo AT quando comprado com o grupo CT e uma maior ativação neste mesmo grupo quando comparado com os grupos PT, SC e CT. Não observamos nenhuma significância estatística no percentual dos linfócitos duplo positivos (DP) e negativos (DN), no entanto, percebemos que os linfócitos DP apresentaram uma menor ativação no grupo SC quando comparado com o grupo CT, enquanto que, os linfócitos DN apresentaram uma maior ativação no grupo AT quando comparado com os outros grupos. Os linfócitos T CD4+ parecem estar ligados a proteção nestes pacientes e os linfócitos T CD8+ a patogênese, enquanto que, os linfócitos DP e DN, quando ativados, parecem desempenhar um papel dual. |