CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR HELMINTOS TRANSMITIDOS PELO SOLO EM ÁREAS DE RECREAÇÃO INFANTIL EM NATIVIDADE E NOVA FRIBURGO, RIO DE JANEIRO - BRASIL
TALITHA DE MELLO MORAES ¹, LETÍCIA JORGE VASCONCELLOS¹, CÉLIA MAIA FRAGOSO BELLOTI¹, RAQUEL ALVES PINNA¹, ALINE CARDOSO CASECA¹
1. UFF / ISNF - Universidade Federal Fluminense / Instituto de Saúde de Nova Fiburgo
TALITHAMELLO@ID.UFF.BR

Atualmente mais de um bilhão de indivíduos encontram-se infectados com helmintos transmitidos pelo solo (HTS), especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. Enteroparasitas são encontrados no solo, água e alimentos contaminados com fezes. Crianças representam o principal grupo de risco para helmintíases devido aos precários hábitos de higiene, geofagia e onicofagia, sendo frequente a infecção durante recreação em parques e praças. O objetivo do trabalho é avaliar a contaminação ambiental por helmintos transmitidos pelo solo em diferentes estágios de desenvolvimento em praças públicas usadas para recreação e lazer infantil. A pesquisa por HTS foi realizada nas cidades de Natividade e Nova Friburgo (RJ, Brasil). A análise do material foi feita pela técnica de Hoffman, Pons e Janer. Foram examinadas 70 amostras de areia de sete parques de recreação infantil de várias praças públicas. Neste estudo 37,1% (26/70) das amostras analisadas estavam contaminadas com ovos e/ou larvas de HTS. As espécies mais frequentes foram Ascaris lumbricoides (22,8%), Ancylostoma sp. (7,2%), Toxocara sp. (7,2%), seguida de Enterobius vermiculares (12,8%). Contaminação ambiental mista com ovos de Ancylostoma sp. e Ascaris lumbricoides foi identificada em três parques. Esses resultados demostraram uma considerável contaminação ambiental com ovos e larvas de helmintos transmitidos pelo solo nas áreas urbanas de Natividade e Nova Friburgo (RJ / Brasil). Destaca-se que todas as praças analisadas não possuíam grades de proteção. Assim, nesse cenário epidemiológico devem-se considerar a contaminação ambiental por ovos e larvas de HTS um fator de risco potencial para o estabelecimento de doenças parasitárias e zoonoses. Tais resultados evidenciam a necessidade de revisão das políticas e estratégias de enfrentamento as enteroparasitoses em vista dos possíveis danos ao público infantil e à qualidade de vida da população.