Perfil Epidemiológico das Intoxicações Exógenas no Município de Feira de Santana, Bahia.
HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
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Intoxicação é um conjunto de manifestações clínicas relacionadas a efeitos nocivos produzidos pela interação entre uma substância tóxica (exógena) e o sistema biológico. São situações de emergência, especialmente quando agudas. As intoxicações exógenas constituem agravo de notificação compulsória, conforme a Portaria Nº 204 de 17 de fevereiro de 2016. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos casos de intoxicações exógenas notificadas em Feira de Santana, Bahia, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, de abordagem quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 2.018 casos, com redução de 42,34% no período. Do total de casos, 52% eram do sexo feminino, 74% da raça/cor parda e 87,2% de zona de residência urbana. A faixa etária de 20 a 39 anos foi a mais acometida (41,8%), seguida da faixa de 1 a 4 anos (15,6%). Os agentes tóxicos mais comuns foram medicamentos (31,5%), raticidas (12,1%), agrotóxicos (10,9%), alimentos e bebidas (10,5%), produtos de uso domiciliar (8,2%), drogas de abuso (6,2%), produtos químicos (2,2%), produtos veterinários (1,8%), cosméticos (1%), plantas tóxicas (0,9%), metais (0,2%) e outros (4,1%). As circunstâncias mais frequentes foram: tentativa de suicídio (41,5%), acidental (20%) e abuso (7%). A automedicação ocorreu em 2,4% dos casos. A evolução para cura sem sequelas correspondeu a 76,2% dos casos, cura com sequelas 1,1% e óbitos 3,4%. Mesmo com a diminuição dos casos a cada ano, as intoxicações exógenas ainda constituem problema de saúde pública relacionado principalmente aos suicídios e acidentes pediátricos. É necessário investir em medidas de controle sanitário, educação social e em capacitações para os profissionais de saúde pública com vistas a garantir a prevenção, tratamento, além do completo preenchimento das fichas de notificações.



Palavras-chaves:  Intoxicação, Substâncias Tóxicas, Suicídio