Perfil Clínico-Epidemiológico das Hepatites Virais no Município de Feira de Santana, Bahia.
JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
JOAOMARIOAGUIAR@HOTMAIL.COM

As hepatites virais A, B, C, D e E – viroses com tropismo primário pelo tecido hepático – possuem amplo espectro clínico: desde formas assintomáticas (anictéricas) e ictéricas típicas, até insuficiência hepática grave. A forma de transmissão depende do tipo do vírus, mas ocorre principalmente por via fecal-oral, sexual ou parenteral. A distribuição dos tipos virais, no Brasil, varia de acordo com a região. Objetivou-se descrever o perfil clínico epidemiológico dos casos confirmados de hepatites virais no município de Feira de Santana, Bahia, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 765 casos. Detectou-se aumento de 168,75% de 2007 até 2016, em que houve um pico de notificação (17,7%), seguido de redução dos casos em 2017. Feira de Santana é o 2º município da Bahia com maior número de casos de hepatites virais, atrás da capital Salvador. Do total de casos, 55,2% ocorreram no sexo masculino, 52% na raça/cor parda, 45,75% na faixa etária de 40-59 anos, 19,1% com ensino médio completo e 86,6% em zona de residência urbana. O vírus C correspondeu por 50% dos casos, seguido pelo vírus B com 44%. A hepatite em gestantes correspondeu por 9,8% dos casos, principalmente no 3º trimestre (54,6%) e predomínio do vírus B (83,2%). O mecanismo de infecção foi ignorado em 75,3% dos casos, sexual 5,4%, transfusional 3,7% e uso de drogas injetáveis 3%. Quanto à forma clínica, 89,7% se apresentavam em estágio crônico e 9,15% em estágio agudo. A maior exposição a fatores de risco, como múltiplos parceiros sexuais, não uso de preservativo e uso de drogas injetáveis pode explicar o maior acometimento pelo sexo masculino. A faixa etária de 40-59 anos foi exposta à hemotransfusões sem triagem para hepatites virais (anterior a 1993). A ocorrência de hepatite B em gestantes denota o não uso de preservativo, apesar de sua proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. Apesar da redução do número de casos no último ano,  ainda é necessário reforçar atividades de prevenção, como a educação em saúde quanto ao uso e funções do preservativo, reforçar a vacinação contra hepatite B, e ações de vigilância em saúde, estimulando os profissionais de saúde a preencher de forma completa as notificações.   



Palavras-chaves:  Doenças Sexualmente Transmissíveis , Epidemiologia, Hepatite Viral Humana, Saúde Pública