Avaliação das enzimas hepáticas em camundongos inoculados por via oral e intraperitoneal com Trypanosoma cruzi e tratados com benznidazol
HEVILLYN FERNANDA LUCAS DA SILVA 1, MARCELLA PAULA MANSANO SARTO1, ANA PAULA DE ABREU1, ALINE FRANCIELI DA SILVA1, JURANDIR FERNANDO COMAR1, MAX JEAN DE ORNELAS TOLEDO1
1. UEM - Universidade Estadual de Maringá
hevillyn@gmail.com

Na doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi,  lesões do fígado tem se relacionado à fase aguda da infecção. Além disto, sabe-se que o benznidazol (BZ) tem potencial de induzir toxicidade hepática. A dosagem sérica das enzimas hepáticas fornecem indicadores sensíveis de lesão e, em alguns casos, pode ser utilizada para monitorar o tratamento e a progressão da doença. Objetivou-se avaliar alterações enzimáticas de camundongos inoculados por via oral (VO) e intraperitonial (IP) com T. cruzi e tratados com BZ na fase aguda da infecção. Camundongos Swiss (60), machos de 20 dias, foram inoculados por VO e IP com 2x10 6 tripomastigotas metacíclicos de cultura da cepa Y (TcII) de T. cruzi e então divididos em 6 grupos de 10 cada: 1) Não Infectado e não tratado (NINT); 2) Não infectado e tratado (NITBZ); 3) Infectado VO e não tratado (VONT); 4) Infectado VO e tratado (VOTBZ); 5) Infectado IP e não tratado (IPNT); 6) Infectado IP e tratado (IPTBZ). O tratamento com BZ (100 mg/kg/dia) iniciou-se no 5º dia de infecção, ocorrendo por 20 dias. As enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotrasferase (ALT) e fosfatase alcalina (FAL) foram dosadas por quantificação dos níveis séricos, em espectrofotômetro com kits comerciais. As coletas de soro sanguíneo para as análises foram realizadas após 48 horas do fim do tratamento. Os níveis de AST no grupo NITBZ foi de 108.252 U/L, significativamente maior que o grupo NINT 68.967 U/L. Comparando o grupo NINT com VONT (148.846 U/L) e IPNT (106.506 U/L) é possível observar aumentos significativos desta enzima nos infectados. Animais do grupo VOTBZ (99.958 U/L) apresentaram diminuição da concentração de AST em relação ao VONT. Para ALT, NITBZ (94.720 U/L) mostrou maior concentração que o grupo NINT (51.070 U/L). Grupos infectados e tratados (VOTBZ= 61.546 U/L; IPTBZ= 43.213 U/L), apresentam menores valores de ALT em relação aos grupos não tratados (IPNT= 75.951 U/L; VONT= 81.625 U/L). Entre os grupos VOTBZ e IPTBZ também houve diferença significativa, com VOTBZ apresentando maiores concentrações de ALT. Níveis séricos de FAL foram mais elevados nos grupos infectados quando comparados ao NINT contudo, sem apresentar significância estatística. A infecção aguda pela cepa Y, tanto por VO quanto por via IP, assim como o tratamento etiológico com BZ, são capazes de induzir alterações enzimáticas. Porém, os achados demonstram que o BZ atenuou o aumento das enzimas hepáticas causado pela infecção por T. cruzi. 



Palavras-chaves:  Alanina aminotransferase, Aspartato aminotransferase, benznidazol, enzimas hepáticas, Trypanosoma cruzi