Efeito do benznidazol na parasitemia de camundongos inoculados por via oral e intraperitoneal com Trypanosoma cruzi
HEVILLYN FERNANDA LUCAS DA SILVA 1, MARCELLA PAULA MANSANO SARTO1, ANA PAULA DE ABREU1, MAX JEAN DE ORNELAS TOLEDO1
1. UEM - Universidade Estadual de Maringá
hevillyn@gmail.com

Introdução: A infecção oral por Trypanosoma cruzi emergiu como a principal forma de transmissão da doença de Chagas no Brasil, sendo responsável por 70-80% dos novos casos. Embora estes pacientes apresentem manifestações clínicas mais severas em comparação com outras vias de infecção, não se conhece como eles respondem ao tratamento etiológico. Objetivo: Comparar a evolução da parasitemia em camundongos inoculados via oral (VO) e intraperitonial (IP) com T. cruzi e tratados com benznidazol (BZ) na fase aguda da infecção. Métodos: Estudo experimental com 40 camundongos Swiss, machos de ~ 20 dias, inoculados por VO e IP com 2x10 6 tripomastigotas metacíclicos de cultura (TMC) da cepa Y (TcII) de T. cruzi . Os animais foram divididos em 4 grupos de 10 cada: 1) Infectado VO e não tratado (VONT); 2) Infectado VO e tratado (VOTBZ); 3) Infectado IP e não tratado (IPNT); 4) Infectado IP e tratrado (IPTBZ). O tratamento com BZ (100 mg/kg/dia) iniciou-se no 5º dia de infecção (d.i.), ocorrendo por 20 dias consecutivos. A parasitemia foi avaliada diariamente por exame de sangue a fresco, à partir do 3º d.i. até a negativação por 3 dias consecutivos. À partir de curva de parasitemia média, foram obtidos os seguintes parâmetros: período pré-patente (PPP), período patente (PP), pico máximo de parasitemia (Pmax) e dia do pico máximo (DPmax). Resultados e discussão : Os animais do grupo VONT apresentaram um PPP de 9,5 dias enquanto que nos animais IPNT o PPP foi de 4,1 dias (p=0,002). O PP do grupo VONT foi de 11,6 dias e dos IPNT de 14,3 dias (p=0,049). O Pmax do grupo VONT (7,5x10 4 tripomastigotas sanguíneos (TS)/0,1 mL foi significativamente menor (p=0,0007) do que o apresentado pelos animais IPNT (2,5x10 5 TSmL). Para DPmax não houve diferença significativa entre os grupos não tratados. O tratamento etiológico com BZ reduziu significativamente (p < 0,0001) todos os parâmetros avaliados nos animais inoculados por VO, os quais não apresentaram parasitemia patente durante o curso do tratamento. Por outro lado, os animais IP, apresentaram redução significativa apenas em 2/4 parâmetros (PP e Pmax), após tratamento. Conclusão: Os valores dos parâmetros derivados da curva de parasitemia de camundongos inoculados com as formas TMC da cepa Y (TcII) sugerem mais severidade da infecção e pior resposta ao tratamento com BZ nos animais que adquiriram a infecção pela via IP em comparação à VO.



Palavras-chaves:  benznidazol, parasitemia, Trypanosoma cruzi, via intraperitoneal, via oral