Morbimortalidade Hospitalar por Coqueluche no Estado da Bahia
MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA1, DYALLE COSTA E SILVA 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO1, FILIPE MOTA FREITAS1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, PRISCILA SOARES GARCIA1, VICTOR XAVIER DA SILVA1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, JOICE DA SILVA SANTOS1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE1, KARINA SOUZA FERREIRA MAIA1
1. UEFS - LADERM - Universidade Estadual de Feira de Santana - Liga Acadêmica de Dermatologia, 2. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
DYALLECOSTA@YAHOO.COM.BR

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de notificação compulsória nacional, cujo principal agente etiológico é a bactéria Bordetella pertussis . Ela se caracteriza por paroxismos de tosse seca persistente, guincho inspiratório, febre baixa, êmese. A transmissão ocorre por contato direto com gotículas de saliva de pessoas infectadas. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por coqueluche no Estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (A37), no período de 2010 a 2017, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Foram registradas 1.106 internações por coqueluche no Estado da Bahia, com distribuição Gaussiana, sendo o pico no ano de 2014, que concentrou 34,53% das internações. O valor médio de internamento foi de R$ 1.142,90, com o valor total de R$ 1.264 milhões, e o tempo médio de permanência hospitalar foi de 7,1 dias. A taxa de mortalidade foi de 1,08 óbitos/100 internações e 58,33% ocorreram na faixa etária 0-1 ano. O sexo feminino correspondeu a 50,63% dos casos, a faixa etária predominante foi 0-1 ano (88,42%) e 49,63% dos registros foram ignorados quanto à raça/cor. Mesmo com a redução do número de internações a cada ano, a coqueluche ainda é um problema de saúde pública na Bahia e causa importante de morbimortalidade infantil, acarretando despesas consideráveis. A alta proporção de casos em menores de um ano se deve a não completa imunização dessas crianças. O tempo de permanência hospitalar e a mortalidade podem estar associados a manifestações mais frequentes em menores de um ano de idade, como cianose e complicações neurológicas. Ressalta-se, portanto, a necessidade de reforçar as atividades de prevenção e desenvolver estratégias modificadoras dos desfechos de pacientes acometidos por coqueluche. A manutenção de altas coberturas vacinais, educação em saúde e um sistema de vigilância epidemiológica eficiente e eficaz se fazem fundamentais nesse contexto.



Palavras-chaves:  Coqueluche, Epidemiologia, Saúde Pública