Morbimortalidade Hospitalar por Coqueluche no Estado da Bahia |
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de notificação compulsória nacional, cujo principal agente etiológico é a bactéria Bordetella pertussis . Ela se caracteriza por paroxismos de tosse seca persistente, guincho inspiratório, febre baixa, êmese. A transmissão ocorre por contato direto com gotículas de saliva de pessoas infectadas. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por coqueluche no Estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (A37), no período de 2010 a 2017, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Foram registradas 1.106 internações por coqueluche no Estado da Bahia, com distribuição Gaussiana, sendo o pico no ano de 2014, que concentrou 34,53% das internações. O valor médio de internamento foi de R$ 1.142,90, com o valor total de R$ 1.264 milhões, e o tempo médio de permanência hospitalar foi de 7,1 dias. A taxa de mortalidade foi de 1,08 óbitos/100 internações e 58,33% ocorreram na faixa etária 0-1 ano. O sexo feminino correspondeu a 50,63% dos casos, a faixa etária predominante foi 0-1 ano (88,42%) e 49,63% dos registros foram ignorados quanto à raça/cor. Mesmo com a redução do número de internações a cada ano, a coqueluche ainda é um problema de saúde pública na Bahia e causa importante de morbimortalidade infantil, acarretando despesas consideráveis. A alta proporção de casos em menores de um ano se deve a não completa imunização dessas crianças. O tempo de permanência hospitalar e a mortalidade podem estar associados a manifestações mais frequentes em menores de um ano de idade, como cianose e complicações neurológicas. Ressalta-se, portanto, a necessidade de reforçar as atividades de prevenção e desenvolver estratégias modificadoras dos desfechos de pacientes acometidos por coqueluche. A manutenção de altas coberturas vacinais, educação em saúde e um sistema de vigilância epidemiológica eficiente e eficaz se fazem fundamentais nesse contexto. |