Análise Clínico-Epidemiológica da Tuberculose no Estado da Bahia, 2007-2017.
HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, DYALLE COSTA E SILVA 1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
Dyallecosta@yahoo.com.br

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta principalmente os pulmões, causada pelo Mycobacterium tuberculosis . O Brasil encontra-se entre os 22 países priorizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os quais concentram 80% da carga mundial de TB. Desde 2003 a TB é doença prioritária na agenda política do Ministério da Saúde. Estima-se que ocorram 69 mil casos novos e 4500 óbitos por ano em decorrência da TB no Brasil. Buscou-se traçar o perfil clínico-epidemiológico da TB no estado da Bahia no período de 2010 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 46.466 casos de TB. Constatou-se uma redução de 17,65% no número de casos para o período (6.514 casos em 2010, 5.364 em 2017). A TB predominou no sexo masculino (65,1%), raça/cor parda (57,92%), faixa etária de 20 a 39 anos (39,73%), zona urbana (81,41%) e na população não institucionalizada (53,9%). Alcoolismo foi presente em 19,2% dos casos, diabetes mellitus em 7,88%, tabagismo em 6% e drogas ilícitas em 2,72%. Do total de casos, 6,1% eram recidivas e 5,75% reingressos após abandono. A capital Salvador obteve 39% dos casos, seguida de Feira de Santana (3,6%). A primeira baciloscopia foi capaz de detectar 56,42% dos casos. A cultura do escarro não foi realizada em 75,27%. A forma pulmonar foi predominante (86,6%); seguida da extrapulmonar (11,4%) e 2% dos casos tinham forma pulmonar e extrapulmonar concomitantes. Dentre as formas extrapulmonares, as mais frequentes foram a ganglionar periférica (21%) e a miliar (6,78%). A ocorrência do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) foi positiva em 6,81% dos casos, porém 35,5% dos casos não realizaram testes para sua detecção. O desfecho foi cura em 60,55% e abandono em 8,5%, abaixo e acima respectivamente do preconizado pela OMS para controle da doença (cura >85%, abandono <5%). Os óbitos corresponderam a 3%. Apesar da tendência de redução do número de casos a cada ano, a TB ainda representa um grave problema de saúde pública no estado da Bahia. É necessário reforçar as estratégias de prevenção e controle deste agravo, priorizando diagnóstico precoce da TB e da co-infecção com HIV, pesquisa de contatos e tratamento diretamente observado.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Mortalidade, Tuberculose, Saúde Pública