Epidemiologia das Internações Hospitalares por Hanseníase no Estado da Bahia.
ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1, RENATA DÓREA LEAL TEIXEIRA 1
1. LADERM - UEFS - Liga Acadêmica de Dermatologia, Curso de Medicina, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2. LADERM - UEFS - Orientadora da Liga de Dermatologia, Universidade Estadual de Feira de Santana
DYALLECOSTA@YAHOO.COM.BR

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, transmitida pelas vias respiratórias. Em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde, 143 países reportaram 214.783 novos casos de hanseníase. No Brasil, no mesmo ano, foram notificados 25.218 novos casos. Se não tratada precocemente, a doença evolui, torna-se transmissível e atinge pessoas de qualquer sexo ou idade, podendo levar à incapacidades físicas. O tratamento com a poliquimioterapia (PQT) é gratuito e interrompe a transmissão em poucos dias. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por Hanseníase no estado Bahia, através da lista de morbidade (CID-10), no período de 2008 a 2017, quanto às características sociodemográficas, financeiras e de mortalidade. Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS), do Ministério da Saúde (MS). Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2016. Foram registradas 1657 internações, com aumento de 10,68% para o período analisado. A região leste do estado deteve 63,4% dos casos, sendo a capital Salvador a cidade com maior concentração dos casos (59%). O sexo masculino (62,6%), a raça parda (21%) e a faixa etária de 30 a 39 anos (22%) foram as mais prevalentes. O setor público de saúde correspondeu a 64% das internações. Do total de internações, 83,6% tiveram caráter de urgência. A duração média do internamento foi de 13,2 dias. O valor total gasto foi R$ 904.402,29, e o médio foi de R$ 545,81 por internação. A taxa de mortalidade média foi 2,6 óbitos/100 internações. Dos 43 óbitos registrados, 74,4% ocorreram no sexo masculino e 37,2% na faixa etária de 60 a 79 anos. O aumento das internações pode se relacionar ao subdiagnóstico de hanseníase e ocorrência das reações hansênicas durante ou pós-tratamento com a PQT. A maior frequência no sexo masculina se associa com o menor acesso aos serviços de saúde e ao diagnóstico tardio nesta população. A frequência maior na população parda pode estar ligada a processos socioeconômicos históricos, como diferença de acesso e oportunidades. Embora de baixa letalidade, a hanseníase, se não tratada, é promotora de incapacidade física. Por se tratar de um problema de saúde púbica, faz-se necessária reforçar a busca ativa, atividades de detecção precoce e vigilância de contatos, no qual contribuem para a quebra da cadeia de transmissão da Hanseníase.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública