Sífilis Congênita em Feira de Santana, Bahia: Análise da Série Histórica de 2007 a 2017.
DYALLE COSTA E SILVA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
Dyallecosta@yahoo.com.br

A sífilis tem como agente etiológico a bactéria Treponema pallidum. É uma doença infectocontagiosa e sistêmica, pode se apresentar de forma primária, secundária, terciária e latente. Em gestantes não tratadas, é possível a transmissão vertical por via placentária em qualquer estágio da gestação e em qualquer forma da doença, situação em que se origina a sífilis congênita. A sífilis congênita aumenta o risco de abortamento espontâneo, morte fetal, prematuridade e baixo peso. Objetivou-se descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de sífilis congênita no município de Feira de Santana, Bahia, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, realizado a partir de dados secundários colhidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram notificados 699 casos em Feira de Santana. Em 2007 ocorreram 9 casos, enquanto que em 2017 ocorreram 102, o que correspondeu a um aumento de 1033%. O ano de 2016 concentrou 23,17% das notificações. Feira de Santana é o 2º município com maior número de casos de sífilis congênita no estado (7,83%), atrás da capital Salvador (47,26%). Do total de casos, 72,24% ocorreram na raça/cor parda, 20,74% das gestantes tinham escolaridade da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental, 85,97% realizaram pré-natal e 83,83% ocorreram em zona urbana. Das gestantes que realizaram o pré-natal, apenas 49,5% tiveram diagnóstico de sífilis materna durante o mesmo, 27% após o parto e 16,6% no momento do parto/curetagem. Das gestantes que não realizaram o pré-natal, 54% obtiveram diagnóstico de sífilis materna após o parto e 32,9% no momento do parto/curetagem. Quanto aos recém-nascidos com sífilis congênita, 97,4% foram diagnosticados com até 6 dias, destes, 1,18% foram a óbito. Em 64,52% dos casos, os parceiros das gestantes não receberam tratamento. A sífilis congênita, condição completamente evitável, está em expansão em Feira de Santana. É possível que a assistência pré-natal em Feira de Santana ainda possua fragilidades: baixa cobertura e diagnóstico tardio da doença – recomenda-se triagem para sífilis no pré-natal no 1º trimestre e no início do 3º trimestre de gestação – além de baixa realização de tratamento dos parceiros das gestantes. São necessárias atividades de educação em saúde que reforcem o uso do preservativo nessa população, assim como medidas que incentivem a adesão dos parceiros ao tratamento.



Palavras-chaves:  Doenças Sexualmente Transmissíveis, Epidemiologia, Saúde Pública, Sífilis Congênita