EPIDEMIOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE NO NORDESTE DO BRASIL E EM ALAGOAS, 2012 A 2016 |
A Esquistossomose Mansônica (EM) é uma doença tropical negligenciada, registrada em 54 países, incluindo: Egito, Sudão, países Africanos e Brasil. É desencadeada, no Brasil, pelo helminto Schistosoma mansoni e tem grande relevância no contexto da saúde pública brasileira. Estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas no país, estando essas áreas localizadas, em grande parte, na região Nordeste: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe e nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O estudo teve como objetivo descrever as características epidemiológicas dos casos de esquistossomose em Alagoas e no Nordeste do Brasil no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo ecológico de desenho misto, descritivo, sendo utilizado dados secundários obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Considerando a população examinada (que realizou a coproscopia) no Brasil nesse período, o maior número de exames positivos do país concentra-se na região Nordeste, sendo o estado de Alagoas responsável por 39,5% dos casos. Ao longo dos anos estudados pode-se notar a redução de 43,7% dos casos com exames positivos para S. mansoni . A taxa de mortalidade foi de 1,2% em média. A forma de transmissão favorece a alta prevalência em regiões de turismo ecológico e com condições precárias de saneamento e baixo nível socioeconômico, o que justifica os altos índices de positividade nos exames em Alagoas e na região Nordeste. A taxa de mortalidade não é tão elevada, pois a doença se arrasta por alguns anos na fase crônica, até que chegue à necessidade de internação e à fase terminal da doença. |