FISIOPATOLOGIA DA FASE CRÔNICA DA CHIKUNGUNYA |
Chikungunya (CHIKV) é um RNA vírus da família Togaviridae do gênero Alphavirus e sua transmissão são causadas pelos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus . Em 2016, até a 16ª semana, já foram notificados 64.349 casos prováveis de febre de chikungunya no país, na qual 12% desses pacientes evoluem para a fase crônica dessa doença, desenvolvendo prevalentemente, poliartralgia simétrica, artrite e até com menos frequência, rash, febre, tenossinovite e artropatia destrutiva. Essa revisão de literatura tem como objetivo esclarecer os mecanismos da fisiopatologia da fase crônica da chikungunya. Trata-se de um estudo observacional exploratório. Apesar de tais mecanismos não serem completamente esclarecidos, há evidências que ocorrem, dentre vários fatores, por uma desregulação da resposta imunológica na fase aguda e na de convalescência. Após a fase de convalescência, o vírus é eliminado do sangue periférico, porém o encontro de anticorpos IgM anti-CHIKV no líquido sinovial afirma a contínua replicação viral em órgãos-alvo como músculos e articulações, mesmo após a infecção. Vários meses depois da infecção aguda, monócitos, células T e células NK são atraídos para os tecidos inflamados. Os monócitos nas articulações levam ao desenvolvimento de uma inflamação local associado para a produção de citocinas, quimiocinas e efetores pró-inflamatórias, tais como a MCP-1 / CCL-2, IL-8, IL-6, IFN-α e MMP2. No entanto, a apoptose de células infectadas por monócitos, fazem com que ele se infecte e torne-se um grande reservatório do vírus, contribuindo para a persistência da replicação viral na articulação e consequentemente da resposta inflamatória. Entende-se desse modo, portanto, que a fase crônica é causada por uma resposta robusta à infecção inicial e por uma fase inflamatória imperfeitamente resolvida, levando à replicação viral nas articulações que ocasionam a inflamação crônica. |