CRIAÇÃO DE Triatoma maculata, (Reduviidae: Triatominae), COM VISTAS AOS ESTUDOS DE BIOLOGIA E INTERAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO
RUBENS CELSO ANDRADE DA SILVA JUNIOR 1, KENNY RODRIGUES DE SOUZA1, NELSON FERREIRA FÉ1, SILVANA KARINA DE LIMA ARAKIAN1, ROSA AMÉLIA GONÇALVES SANTANA1, LUCAS SILVA FERREIRA1, ADEMIR BENTES VIERIA1, EMILY DE SOUSA MOURA1, HANNAH HAYDEE ALVES LEÃO1, JORGE AUGUSTO DE OLIVEIRA GUERRA1, MARIA DAS GRAÇAS VALE BARBOSA GUERRA1
1. UEA - Universidade do Estado do Amazonas, 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, 3. UFAM - Universidade Federal do Amazonas
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Triatoma maculata é uma espécie de triatomíneo encontrado no norte da América do Sul, geralmente em ninhos de aves e anexos peridomésticos como galinheiros. Considerada a segunda espécie mais importante na transmissão de doença de Chagas-DC, na Venezuela, no Brasil, já foi encontrada colonizando ninhos de pombos em caixas de condicionadores de ar, na área urbana de Boa Vista capital de Roraima -RR, evidenciando os riscos de um possível processo de domiciliação. Esse trabalho tem como objetivo acompanhar o ciclo biologico  de T. maculata em laboratório com vista aos estudos de biologia e interação parasito-hospedeiro. Os espécimes foram coletados através de busca ativa em galinheiros de fazendas na área rural de Amajari-RR. Os triatomíneos foram transportados ao Centro de Entomologia da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado em Manaus, Amazonas-AM. No laboratorio foram separados por estadios e alimentados com sangue de galinha. Foi acompanhado o ciclo de desenvolvimento dos espécimes da geração F1 em laboratório. Foram capturados 267 exemplares de T. maculata, 116 adultos (43%), 80 machos e 36 fêmeas, e 151 ninfas (57%) de I a V estadio. Até a presente data houve postura de 1.830 ovos, média de 51 ovos/fêmea. A taxa de eclosão foi de 90%; e atualmente a colônia dispõe, na geração F1 de 1.144 ninfas de I, 331 de II e 171 de III estadio, com tempo médio de 30 dias entre cada fase de desenvolvimento. O T. maculata parece adaptar-se bem às condições de laboratório, bem como a alimentação fornecida, apesar de demorar de 20 a 30 minutos a mais na alimentação, tempo maior quando comparada a outras espécies ( Rhodnius robustus, Rhodnius prolixus e Triatoma infestans ) já estabelecidas neste insetário. O desenvolvimento desta espécie poderá ajudar nos estudos de comportamento biológico, bem como de interação parasito-hospedeiro.



Palavras-chaves:  Amazônia, Trypanosoma cruzi, Triatoma maculata