EPIDEMIOLOGIA DAS ENTEROPARASITOSES EM CATADORES DE LIXO DE MACAPÁ, AMAPÁ: RESULTADOS PRELIMINARES
RUBENS ALEX DE OLIVEIRA MENEZES 1,6, RISOMAR CARRÉRA DE MENEZES JÚNIOR1,6, MARGARETE DO SOCORRO MENDONÇA GOMES1,6, MAURÍCIO JOSÉ CORDEIRO SOUZA1,6, CLAUDE PORCY1,6, ANA RITA PINHEIRO BARCESSAT1,6, ROSEMARY FERREIRA DE ANDRADE1,6
1. (LEMP) - UNIFAP - Laboratório de Estudos Morfofuncionais e Parasitários da Universidade Federal do Amapá, 2. UNIFAP - Acadêmico do curso de Farmácia da Universidade Federal do Amapá , 3. LACEN - AP - Laboratório Central do Amapá, 4. FMT - Docente do curso de Enfermagem da Faculdade Madre Tereza, 5. FE-AP - Docente da Faculdade Estácio, 6. UNIFAP - Docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá
ra-menezes@hotmail.com

A grande quantidade de material reciclável existente no lixo da população tem possibilitado que um grande número de pessoas sobreviva da coleta, separação, classificação e venda do lixo. Adicionalmente as enteroparasitoses ainda constituem um sério problema de saúde pública, devido a sua alta frequência associada com diversos fatores ambientais e seus complexos ciclos epidemiológicos. Este estudo vem contribuir para um maior esclarecimento sobre a prevenção das doenças que dizem respeito à vida dos catadores de lixo (Carapirás) a que estão expostos diariamente. O objetivo desse estudo é de verificar a prevalência de enteroparasitos nos catadores de lixo de Macapá, Amapá, Brasil. Estudo transversal realizado, no município de Macapá, Amapá, norte do Brasil. Voluntariamente, 32 trabalhadores aceitaram participar da pesquisa, de um universo de 70 catadores. Foi aplicado um questionário semiestruturado e requisitadas três amostras fecais (em dias alternados), para a análise parasitológica utilizando os métodos de Faust e Hoffmann. Os resultados demonstraram elevada taxa de infecção com positividade de 100% dos casos (32/32). Quanto à intensidade das infecções, o poliparasitismo 84,3% (27/32) prevaleceu frente ao monoparasitismo 15,7% (5/32). Os agentes etiológicos mais frequentes foram: Ascaris lumbricoides 56,2% (18/32), Trichuris trichiura 46,8% (15/32), Ancilostomatídeos 40,6% (13/32), Strongyloides stercoralis 37,5% (12/32), Entamoeba histolytica/E. díspar 31,2% (10/32), Giardia duodenalis 25% (8/32), Endolimax nana 18,7% (6/32), Entamoeba coli 9,3% (3/32) e Iodamoeba butschili 9,3% (3/32). Os indivíduos positivos foram encaminhados para a unidade de saúde de onde receberam tratamento adequado. Realizaram-se oficinas educativas e palestras com o intuito de educação em saúde. No grupo investigado, foram detectados possíveis fatores que podem provocar a infecção entérica, como: Péssimas condições laborais, de moradias, ambientais, renda familiar, nível escolar, ocorrência de acidentes no trabalho, estrutura de saneamento básico deficiente, principalmente em relação ao esgoto sanitário e o contato com animais domésticos. É preciso ações de educação sanitária, ambiental e realização de exames parasitológicos periódicos para garantir acesso aos serviços de saneamento básico, a fim de favorecer o controle das enteroparasitoses contribuindo para o esclarecimento das condições de trabalho e saúde dessa população.



Palavras-chaves:  Parasitos intestinais, Resíduos sólidos, Educação sanitária , Lixo, Amazônia brasileira