RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM AVES SILVESTRES: REVISÃO DA LITERATURA
FERNANDA ALDA DA SILVA1, LARISSA FARIAS BOTELHO 1, BEATRIZ MENDES NETA1, MARCIELLE DOS SANTOS SANTANA1, SARAH BRANDÃO PALÁCIO1, JOSÉ EDUARDO GARCIA1, ISABELLA MACÁRIO FERRO CAVALCANTI1
1. CAV- UFPE - Centro Acadêmico de Vitória - Universidade Federal de Pernambuco, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
LARISSA.FB96@GMAIL.COM

O amplo uso de antimicrobianos tem sido associado ao aumento de microrganismos resistentes ou multiresistentes aos fármacos. A resistência antimicrobiana pode afetar animais e humanos através de contato direto ou indireto com o agente resistente. As aves silvestres podem ser contaminadas por agentes resistentes através de antimicrobianos administrados, alimentação contaminada ou através do meio ambiente. Assim, o objetivo desse estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre aves silvestres contaminadas com bactérias resistentes à agentes antimicrobianos. Foram selecionados artigos científicos disponíveis nas plataformas de dados Scielo, LILACS, MEDLINE e PUBMED, totalizando 32 artigos. Os descritores utilizados na pesquisa foram agentes antimicrobianos, bactéria resistente, aves e infecção bacteriana. Os critérios de inclusão foram artigos publicados em inglês e português entre os anos de 2000 a 2018. O primeiro estudo sobre resistência bacteriana em aves silvestres revelou isolados de E. coli com resistência ao cloranfenicol. Já foram isolados uma grande diversidade de bactérias gram negativas em aves, dentre elas Salmonella spp., Escherichia coli , Campylobacter spp., Yersinia spp., Klebsiella spp. e Enterobacter spp. A grande maioria dessas espécies bacterianas são responsáveis por gastroenterites, doenças respiratórias, septicemia e até mortalidade humana. Outros estudos observaram bactérias resistentes contaminando aves silvestres em diversas áreas geográficas, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Enterococos spp.,  Salmonella spp., Vibrio cholerae e Campylobacter spp. resistentes à vancomicina. Algumas amostras de E. coli possuíam resistência a múltiplos fármacos (MDR), como, por exemplo, cefotaxima, ceftazidima, ampicilina, doxiciclina, tetraciclina e sulfametoxazol/trimetoprim, representando o padrão mais comum de MDR. Aves silvestres estão sendo cada vez mais estudadas, pois esses animais podem assumir o papel de bioindicadores, por ocupar diversos nichos ecológicos e podem adquirir microrganismos de origem humana ou ambiental, refletindo a atividade humana e seu impacto no ambiente. Desta forma, ressaltamos a importância desses achados já que animais de vida selvagem não tendem a ser expostos a antimicrobianos diretamente. Assim, conclui-se que as aves silvestres são acometidas por microrganismos resistentes a antimicrobianos, tornando-se reservatório de genes de resistência e fontes de disseminação desses patógenos.



Palavras-chaves:  Aves, Bactérias, Resistência.