ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE LUZ PARA APERFEIÇOAMENTO DA CRIAÇÃO DE LARVAS DE Anopheles darlingi (DIPTERA: CULICIDAE)
AMANDA NONATO DOS SANTOS 1, FRANCES TATIANE TAVARES TRINDADE1, ALEXANDRE ALMEIDA E SILVA1
1. UNIR - Universidade Federal de Rondônia
amandasantos.ro@hotmail.com

O principal vetor da malária na América do Sul é o mosquito Anopheles darlingi, responsável por quase a totalidade de casos registrados no norte do Brasil. O que torna imprescindível estudos sobre a sua biologia e ecologia. As larvas dessa espécie de anofelino são encontradas em criadouros de terra firme, em grandes coleções de águas profundas, límpidas, ou translucidas na presença de vegetação superficial, bem expostas a luz solar ou parcialmente sombreada. Com isso, o objetivo desse projeto foi enriquecer o ambiente de criação das larvas de An. darlingi, através da utilização de luz artificial, com a finalidade de obter o maior número de adultos viáveis para utilização em experimentos de laboratório. Para isso, foram utilizadas duas lâmpadas de 40 watts cada posicionadas a cerca de 20 cm  das larvas (2ª instar) fornecendo cerca de 4200 lux) e três diferentes tratamentos para enriquecimento do ambiente através da utilização de luz artificial: (i) ligadas por 12h, (ii) 24 h e (iii) total escuro. Um timer analógico foi utilizado para ligar e desligar as luzes e uma cortina blackout para impedir a entrada de luz nas bacias. Foram utilizadas 50 larvas/bacia (n=8). Os recipientes foram limpos diariamente e as larvas foram alimentadas com ração de peixe TetraMin Tropical Flakes moída, de acordo com o estádio, até o final de seu desenvolvimento. A mortalidade e tempo de desenvolvimento larval; proporção de emersão e pupação; razão entre machos e fêmeas e longevidade de adultos foram registrados. A mortalidade larval foi maior nos tratamentos com 24 h de luz direta e no escuro em relação aos grupos expostos a luz indireta (controle) ou 12 h de luz direta. O tempo de desenvolvimento foi maior nas larvas submetidas a luz por 24 h em relação aos demais tratamentos. A proporção de pupação não foi afetada, mas a emersão foi maior no tratamento com luz direta 12 h em relação ao grupo luz direta 24 h. A razão machos/fêmeas foi menor no tratamento com luz direta 24 h em relação aqueles com luz direta ou indireta (controle) durante 12 horas. A longevidade das fêmeas foi maior que a dos machos, mas não diferiu entre os tratamentos. A utilização do ciclo luz direta de forma constante (24 h) e/ou a criação das larvas no escuro não foi adequada para criação de An. darlingi e, de forma geral, não houve melhoria das condições de criação desse mosquito utilizando luz direta nas condições experimentais utilizadas.



Palavras-chaves:  Anofelino, Incidência Luminosa, Luminosidade, Malária, Mosquito