EFEITO LARVICIDA DE EXTRATOS OBTIDOS DA VEGETAÇÃO DE TRANSIÇÃO CERRADO-CAATINGA CONTRA AEDES AEGYPTI |
O Aedes aegypti é considerado o principal vetor de arboviroses na atualidade, justificando grande preocupação na saúde pública. É transmissor do vírus do dengue, da febre amarela urbana, do chikungunya e do Zika. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade larvicida de extratos de plantas obtidos da vegetação de transição Cerrado-Caatinga contra o Ae. aegypti . Os diferentes extratos utilizados foram obtidos a partir da técnica de maceração com solvente orgânico sendo utilizadas as seguintes espécies: Passiflora cincinnata (Maracujá do mato), Copaifera sabulicola (Copaíba), Copaifera depilis (Copaíba), Solanum paniculatum (Jurubeba), Eugenia dysenterica (Cagaita) e Anacardium sp. (Cajuí). Os extratos foram diluídos em diferentes solventes de acordo com sua polaridade, sendo que concentrações pré-estabelecidas foram utilizadas para cada extrato (50, 100, 150, 200 e 250 ppm). Para cada tratamento, foi usado o total de 75 larvas de Ae. Aegypti , com três réplicas de 25 larvas cada, seguindo metodologia preconizada pela Organização Mundial de Saúde. Como controle negativo, em cada tratamento foi utilizado o solvente utilizado na diluição do respectivo extrato dissolvido em água destilada. Os insetos usados nos bioensaios, foram obtidos da colônia mantida no laboratório do Centro Multidisciplinar Campus de Barra – UFOB, em condições ambientais controladas, para esta finalidade. A mortalidade foi avaliada 48 horas após o início de cada teste. O número de larvas mortas foi registrado e a porcentagem da mortalidade calculada. Os resultados obtidos, demonstram que dos extratos utilizados, a P. cincinnata foi a que apresentou melhores valores, obtendo taxa de mortalidade acima de 50% das larvas nas concentrações de 200 e 250 ppm. Entre os outros extratos avaliados em todas as concentrações, a taxa de mortalidade das larvas foi abaixo de 50%. A análise estatística dos bioensaios com extratos de diferentes partes da P. cincinnata (polpa, semente, folha), constataram que o proveniente da polpa obteve melhores resultados, apresentando as seguintes doses letais: DL50= 174,02±37,32 e LD90= 313,58±131,23. Novos bioensaios com extratos de outras plantas, originárias dos biomas de estudo, deverão ser realizados a fim de continuar com as avaliações da atividade larvicida contra o A. aegypti . |