ASPECTOS DA ESQUISTOSSOMOSE E DO SEU PROGRAMA DE CONTROLE EM ALAGOAS
LILIAN DE MELO LUCENA 1, ELIZABETE FRANÇA EMÍDIO1, KAISA SILVA NASCIMENTO1, LUCAS RIBEIRO MARONEZE1, GABRIELLA GUIMARÃES GARCIA1, YANA PAULA ALMEIDA MONTEIRO CHAVES1
1. UFS - Universidade Federal de Sergipe
LILIANMELO144@GMAIL.COM

Introdução: A Esquistossomose Mansônica é uma doença parasitária grave e de evolução crônica, prevalente sobretudo em regiões tropicais e subtropicais de países subdesenvolvidos. Nos últimos anos, o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) vem realizando inquéritos epidemiológicos em diversos municípios de áreas endêmicas. No entanto, são estudos pontuais e que não refletem precisamente a prevalência da doença no país. Objetivo: Esse estudo visa ampliar o conhecimento sobre a epidemiologia da esquistossomose no estado de Alagoas, estado que é o primeiro dentre os endêmicos. Desenho do estudo: Trata-se de um estudo epidemiológico analítico-descritivo sobre os números de casos confirmados em Alagoas entre 2008 e 2017. Métodos: Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE). Em acréscimo, foi realizada comparação com registros da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Resultados: Nesse período, a população trabalhada pelo PCE em Alagoas foi de 2.237.032, com predomínio na Região de Saúde metropolitana de Maceió. Foram feitos um total de 1.538.581 exames sendo que destes, 107.347 (6,98%) deram positivos. O predomínio na quantidade de ovos foi de 1 a 4 correspondendo a 70,25% nos exames positivos. Cerca de 73% dos infectados foram tratados, o que garantiu que apenas 103 casos nesse período – 0,095% - tenham evoluído para óbito. Quanto a evolução temporal houve um decréscimo em 60,4% de casos no período analisado. Discussão: Apesar de haver uma queda nos últimos dez anos no número de registros de esquistossomose, as taxas ainda permanecem elevadas e o estado de Alagoas ainda aparece em primeiro lugar dentre os estados endêmicos. Conclusão: Considerando que há uma íntima relação entre a esquistossomose e determinantes sociais, como baixas condições socioeconômicas, falta de saneamento básico e de conhecimento da população sobre os fatores de risco para infecção e as medidas de prevenção da doença, em regiões endêmicas, as taxas de infecção permanecem elevadas. Nessas regiões, mesmo que seja realizado um tratamento em larga escala da população, o próprio ambiente e os hábitos dos indivíduos favorecem a reinfecção pelo parasito. Ademais, em casos leves, o indivíduo pode permanecer assintomático, porém liberando ovos pelas fezes, o que possibilita a manutenção do ciclo da doença e o contágio da população local.

Epidemiologia; Esquistossomose.



Palavras-chaves:  Controle, Epidemiologia, Esquistossomose