CARACTERÍSTICAS DOS ACIDENTES POR ESCORPIÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
LILIAN DE MELO LUCENA ¹
1. UFS - Universidade Federal de Sergipe
LILIANMELO144@GMAIL.COM

Introdução: O escorpionismo pode causar um quadro de envenenamento humano cuja gravidade e evolução variam amplamente, podendo causar óbitos ou sequelas temporárias, sendo um atual problema de saúde pública e por registrar o tipo de acidente por animal peçonhento de maior número de notificações no Brasil. Objetivo: Descrever a epidemiologia dos acidentes escorpiônicos no estado de Pernambuco. Desenho do estudo: Trata-se de um estudo epidemiológico analítico-descritivo sobre os crescentes números de acidentes por escorpiões em Pernambuco entre 2007 e 2016, compreendendo 10 anos. Métodos: Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Em acréscimo, foi realizada comparação com registros da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Resultados: Ocorreram 69699 acidentes, sem marcada sazonalidade; sendo a Região Metropolitana de Recife responsável por cerca de 62% das notificações. O sexo feminino e os indivíduos de 20 a 39 anos de idade foram os mais acometidos; 87,51% dos acidentes foram classificados clinicamente como grau leve. Em relação à evolução temporal há um aumento significativo em 43,21% nos anos analisados (2007-2016). Cerca de 58,5% (havendo ainda 28% Ignorado/Branco) dos atendimentos ocorreram na primeira hora após a picada, o que garantiu que apenas 61 casos – 0,087% - nesse período tenham evoluído para óbito. Discussão: O estado de Pernambuco está como primeiro em registros de acidentes por animais peçonhentos e a picada do escorpião está entre as mais prevalentes dentre os referidos animais. O Tytius serrulatus (escorpião amarelo) é a espécie predominante na região e cujo veneno é mais tóxico. A gravidade e evolução do caso são influenciadas pela massa corporal e pelo tempo decorrido entre a picada e o atendimento médico. Conclusão: Diante disso e da crescente notificação de acidentes por estes animais, mesmo nas áreas metropolitanas, cabe aos Sistemas de Saúde uma atenção para campanhas de prevenção para a população como: evitar acúmulo de material de construção e entulho e manter a limpeza da casa e terrenos baldios. Cabe também, aos profissionais de saúde, garantir a notificação em regiões do interior do país, alimentando os dados no Sistema de Informação em Saúde e a identificação de tipos de escorpião nos registros devido a comportamento natural e tipo de veneno de cada um.