SUSPEITA DE TRANSMISSĂO CONGĘNITA DO VÍRUS H1N1: RELATO DE CASO
MARCONI EDSON MAIA JÚNIOR 1, BÁRBARA MAYĂ AUSTREGÉSILO DE ALENCAR1, TATIANA LEAL MARQUES1, KÁTIA MIREILLE AUSTREGÉSILO DE ANDRADE ALENCAR1
1. UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte , 2. UNICHRISTUS - Centro Universitário Christus
junior.marconi@hotmail.com

Introdução: A gripe H1N1 é uma infecção respiratória aguda causada pelos vírus influenza, ocorrendo em surtos distintos de extensão variável a cada ano, refletindo a natureza mutável das propriedades virais e da suscetibilidade da população. O recém-nascido (RN) é considerado potencialmente infectado se o nascimento ocorreu no período de 48 horas antes até 7 dias após o início dos sintomas da mãe, devendo ele receber cuidados para controle da infecção durante a internação. Descrição do caso : RN prematuro, com idade gestacional 35 semanas, nascido de parto cesariano indicado por suspeita materna de H1N1, a qual apresentava quadro de insuficiência respiratória e SatO 2 88% em ar ambiente. Evolução do caso : RN nasceu com desconforto respiratório, SatO 2 82% em ar ambiente e FR 78 rpm. Internado em isolamento de UTI neonatal. Colocado em CPAP com FiO 2 de 40%, evoluindo com SatO 2 92% e com melhora do quadro de taquidispneia. Foi iniciado tratamento com antibioticoterapia de 1ª linha e, por suspeita materna de H1N1, Oseltamivir 3 mg/kg/dia VO, por 10 dias. Solicitado RxT após 6 horas de vida e após 12 horas de vida, hemograma, PCR e hemocultura. Hemograma de 12 horas com discreta neutrofilia e PCR 0,8 mg/dl. Rx sem alterações.  Com 36 horas de vida, paciente evoluiu com melhora respiratória, sendo suspenso CPAP e colocado em OXiHood com FiO2 de 30%. Após 60 horas de vida, evoluiu com melhora do quadro respiratório sendo suspenso OXiHood e mantido em ar ambiente, apresentando SatO 2 93%. Com 72 horas de vida, foi liberado resultado da hemocultura e, após 5 dias, a pesquisa de antígenos virais, sendo negativos para infecção neonatal e para H1N1, respectivamente.  Realizado novo hemograma, apresentando resultados normais. Suspensa antibioticoterapia e mantida quimioprofilaxia com Oseltamivir. Paciente evoluiu com melhora do quadro, sendo transferido, após quimioprofilaxia, da UTI para unidade de médio risco, onde foram realizadas apenas condutas direcionadas para prematuridade. Discussão: Pouco se sabe sobre os efeitos diretos do vírus da gripe no feto. Acredita-se que a viremia não é frequente e que a transmissão vertical é rara. No entanto, a má oxigenação fetal devido às alterações respiratórias maternas decorrentes da gripe pode gerar sofrimento fetal agudo, exigindo cesariana de emergência e aumentando a taxa de nascimentos pré-termo e a morbidade fetal. Além disso, não há evidências de que o vírus da gripe seja teratogênico.



Palavras-chaves:  H1N1, Oseltamivir, Quimioprofilaxia, Recém-nascido