A TERAPÊUTICA ANTIBACTERIANA E ANTIVIRAL NA ENCEFALITE HERPÉTICA: RELATO DE CASO
BÁRBARA MAYÃ AUSTREGÉSILO DE ALENCAR1, MARCONI EDSON MAIA JÚNIOR 1, TATIANA LEAL MARQUES1, KÁTIA MIREILLE AUSTREGÉSILO DE ANDRADE ALENCAR1
1. UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte , 2. UNICHRISTUS - Centro Universitário Christus
barbara.mayan.bm@gmail.com

Introdução: A Encefalite caracteriza-se por inflamação do parênquima cerebral causada por doenças infecciosas ou não, sendo um quadro de rápida evolução e alta mortalidade. A principal causa viral é a Encefalite Herpética (HES), uma patologia grave com alto índice de morbimortalidade. Os sintomas comuns são cefaleia intensa, febre, rigidez nucal, alterações cognitivas e psíquicas. Descrição do caso: Sexo masculino, 5 anos, deu entrada em Emergência com febre, diminuição do apetite e queda de atividade geral desde o dia anterior. A mãe relatou perda de consciência, tremores generalizados por 2 minutos e diurese espontânea, evoluindo com sonolência. BEG, anictérico, acianótico, febril (39,2ºC), normocorado, taquipneico, hiporreativo, apático, confuso e com rigidez nucal. MVU presente, roncos esparsos e estava sem tiragem. Oroscopia com hipertrofia de amígdalas com discreta hiperemia de orofaringe. Glicose 80 mg/dL, PCR 35 mg/Le sem alterações significativas nos demais. Solicitada internação em UTI. Ao LCR, leucócitos 110/mm³, hemácias 30.000/mm³, proteína 28 mg/dL, glicose 57 mg/dL e bacterioscopia negativa. À RNM, aumento de intensidade de sinal na região medial do lobo temporal, especialmente à esquerda. Ao EEG, desorganização difusa de atividade cerebral leve à moderada, com atividade epilepforme rara posterior bilateral. Evolução do caso: Ao primeiro dia na UTI foi indicado jejum, SG, fenitoína 15 mg/kg EV, aciclovir 10 mg/kg/dose EV 8/8h, ceftriaxona 50 mg/kg/dose EV 12/12h, vancomicina 15 mg/kg/dose EV 6/6h. Ao segundo dia, fenitoína 7 mg/kg/dia e manteve-se aciclovir e antibioticoterapia. Ao quinto dia, confirmado diagnóstico de HES, manteve-se apenas aciclovir por 14 dias, suspendendo antibióticos. Evolução satisfatória com alta no 15º dia de internação. Discussão: O tratamento da HES visa reduzir a mortalidade e melhorar o prognóstico neurológico do paciente. Para isso, é preciso reversão da instabilidade hemodinâmica, controle das convulsões e confirmação etiológica do quadro. Ao diagnóstico de HES, observa-se grande quantidade de hemácias no LCR. Ao atendimento inicial, diante de suspeita de processo infeccioso do SNC, deve-se considerar a possibilidade de infecção bacteriana, não descartando a utilização de antibióticos, necessária e adequada até que haja definição da etiologia infecciosa. A escolha do antibiótico deve ser baseada na epidemiologia local e em dados referentes a viagens recentes ou a atividades ao ar livre.



Palavras-chaves:  Aciclovir, Encefalite Herpética, Líquido Cefalorraquidiano