ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO NO GENE DA IL17A E A EVOLUÇÃO CLÍNICA DA DOENÇA DE CHAGAS
MARCONI EDSON MAIA JÚNIOR 1, CÁSSIA LORENA DE OLIVEIRA LEITE E FREITAS1, MAYSA MAYRAN CHAVES MOREIRA1, LARA MICHELLY SOARES DE SOUZA1, ANTÔNIO CARLOS DE MEDEIROS1, CLEBER DE MESQUITA ANDRADE1, MICÁSSIO FERNANDES DE ANDRADE1, THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES1
1. UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
junior.marconi@hotmail.com

A resposta imune gerada na infecção pelo Trypanosoma cruzi parece desempenhar papel importante na fisiopatologia da Doença de Chagas. Dessa forma, polimorfismos em genes de moléculas pró-inflamatórias, tais como a IL-17A, podem influenciar na evolução clínica da doença. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar a associação entre  o polimorfismo (rs2275913 – c.-197 G>A) na região promotora do gene IL17A e as formas clínicas e os escores de risco de AVE e de Morte em pacientes chagásicos. Para isso, foram analisados 185 indivíduos com diagnóstico sorológico e que eram acompanhados regularmente no Ambulatório de Doença de Chagas (ADOC) da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Após prévia concordância em participar do estudo, realizou-se a coleta de sangue periférico para extração do DNA e posterior determinação dos genótipos do polimorfismo na IL-17A. Ao final foram obtidas informações a respeito da forma clínica e escores de risco de morte e de AVE. Os genótipos da IL-17A foram determinados através da técnica de PCR-RFLP e os dados clínicos dos pacientes foram obtidos através da análise dos prontuários armazenados no ADOC-UERN. Observou-se que os pacientes com idades superiores a 48 anos possuíam chance significativamente maior de apresentar formas clínicas cardíacas (RC: 2,390; p=0,004) e maiores escores de risco de morte (RC:2,857; p=0,011) e de AVE (RC:4,484; p=0,002). Os indivíduos com idade maior que 48 anos que herdaram o alelo A (AA/AG), apresentaram um risco de morte ainda maior (RC: 25; p= 0,0002). No entanto, estes valores deixaram de ser significativos para o risco de AVE (RC:1,875; p=0,307) e para as formas clínicas (RC:1,65; p=0,236) quando o paciente herdava o alelo G em homozigose. Dessa forma, o risco de morte aumentado em pacientes que herdaram o alelo A para o polimorfismo da IL-17A (rs2275913) pode estar relacionado a maior produção da IL-17A nesses indivíduos, contribuindo para o dano tecidual e uma evolução clínica mais grave nesses pacientes. Ademais, a homozigose para o alelo G, está associada a uma evolução clínica mais benigna de pacientes com Doença de Chagas. Deste modo, a herança do alelo A no polimorfismo (rs2275913) na região promotora do gene da IL17A foi associado a uma evolução clínica mais grave nos pacientes com Doença de Chagas.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, IL-17A, Polimorfismo Genético