ASSOCIAÇÃO ENTRE A CARGA DE PARASITÁRIA E FALHA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
JULIANA ALMEIDA SILVA 1, ALBERT SCHRIEFER1, JASON L. WEIRATHER1, LUIZ HENRIQUE GUIMARÃES1, PAULO ROBERTO LIMA MACHADO1, MARY WILSON1, EDGAR MARCELINO DE CARVALHO1
1. UFBA /SIM-HUPES - Universidade Federal da Bahia / Serviço de Imunologia - HUPES, 2. IGM/FIOCRUZ-BA - Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ/BA), 3. UFSB - Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil, 4. THE UNIVERSITY OF IOWA - The University of Iowa
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A Leishmania (Viannia) braziliensis é o agente causador de leishmaniose cutânea (LC), leishmaniose mucosa (LM) e leishmaniose disseminada (LD). Como os parasitas são escassos no tecido e há uma resposta inflamatória exuberante, a patologia relacionada à infecção por L. braziliensis tem sido associada, principalmente, à resposta inflamatória do hospedeiro. Diante da necessidade em se obter um diagnóstico rápido e preciso em áreas afetadas pela leishmaniose, um estudo de associação da carga parasitária com a gravidade da doença faz-se necessário para uma melhor avaliação, e dessa maneira, diagnóstico e tratamento mais precisos. Este é um estudo de coorte retrospectiva, no qual investigamos a influência da carga parasitária na expressão da doença de pacientes com leishmaniose tegumentar americana (LTA) provenientes de Corte de Pedra-BA. Pacientes foram recrutados entre 2008 e 2011, e classificados de acordo com as definições da doença em três grupos: 139 pacientes com LC, 11 com LM e 44 com LD. Todos realizaram o diagnóstico para LTA por detecção de DNA do parasita por qPCR em amostras de biópsia da lesão. A carga de parasitas foi determinada por qPCR em tecidos obtidos a partir de biópsias dos pacientes. A carga parasitária apresentou-se maior em pacientes com LM, porém não alcançou significância estatística. Em pacientes com LC não foi observada associação entre a duração da doença, o número de lesões e a área da maior lesão, e a carga parasitária. Adicionalmente, observou-se que pacientes com carga parasitária elevada apresentaram alta taxa de falha terapêutica, consequentemente, utilizaram mais de uma série de antimonial e apresentaram maior tempo de cicatrização. Foi observada associação entre a carga parasitária com o número de cursos de antimonial (i.e. p=0,0038) e falha terapêutica (i.e. p=0,0381). A carga parasitária junto com a alta inflamação pode participar da patogênese da infecção por L. braziliensis , e a elevada carga parasitária é um fator de risco para falha na terapia antimonial.



Palavras-chaves:  Carga Parasitária, Leishmania (V.) braziliensis, Resposta Terapêutica, RT-PCR