ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO ESTADO DE ALAGOAS: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
JOÃO PEDRO MATOS DE SANTANA1, CAIO DUARTE RICARDO DE LIMA 1, WESLLEY PAIXÃO DA SILVA1, MICHELLE VANESSA DA SILVA LIMA1, THAIS DE OLIVEIRA NASCIMENTO1, JEAN KLEYTON ISIDORIO DOS SANTOS1, FERNANDO LUIZ DE ANDRADE MAIA1
1. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
caioduarter@gmail.com

Acidente escorpiônico ou escorpionismo corresponde ao quadro de envenenamento provocado pela picada de escorpiões que consiste em um relevante problema de saúde pública. As manifestações clínicas advindas desse agravo variam de leves, com sintomatologia local como dor, parestesia e edema, a moderadas e graves, que evoluem com alterações sistêmicas como hipertermia, taquipneia, arritmias e confusão mental. No Brasil, os acidentes mais graves são causados por escorpiões do gênero Tityus, sendo destaque o T. serrulatus, espécie mais peçonhenta e melhor adaptada à vida domiciliar urbana. O presente estudo possui o fito de delinear o perfil epidemiológico dos acidentes escorpiônicos em Alagoas no período de 2011 a 2016 com o escopo de elencar dados que possam servir de base para intervenções futuras. Trata-se de um trabalho quantitativo, transversal, descritivo e retrospectivo. Consiste em uma investigação epidemiológica dos casos de escorpionismo a partir de dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis pesquisadas foram: sexo, faixa etária, tempo entre picada e atendimento, classificação e evolução. No período em análise, foram notificados no Brasil 466.199 casos dos quais 219.123 (47%) são referentes à região nordeste. Em Alagoas, ocorreu um total de 39.695 notificações, com 24.078 casos (61%) envolvendo o sexo feminino e 22.236 (56%) a faixa etária entre 20 e 59 anos. Ademais, houve 30.910 casos (77%) com atendimento em até três horas, ocorrendo em no máximo uma hora em 23.505 (59%) notificações. Além disso, 37.932 (95%) foram classificados como leves e houve cura em 37.212 casos (94%). O elevado número de notificações em Alagoas desponta como um reflexo das precárias condições de moradia e saneamento, fatores cruciais na etiologia dos acidentes escorpiônicos. Houve maior acometimento do sexo feminino (56%), o que pode ser explicado pela execução de tarefas domésticas de maior risco, como limpeza de locais que servem de abrigo para escorpiões. Outrossim, a maioria dos casos foi classificada como leve (95%) e evoluiu para cura (94%), o que pode estar associado à assistência ofertada em tempo hábil. O perfil epidemiológico descrito reforça a importância de elaborar novas estratégias de controle de acidentes, sendo mister orientar a população acerca de medidas voltadas à prevenção do agravo em análise.

Palavras-chave: Envenenamento; Epidemiologia; Escorpionismo.



Palavras-chaves:  Envenenamento, Epidemiologia, Escorpionismo