ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES BOTRÓPICOS NO ESTADO DE ALAGOAS
CAIO DUARTE RICARDO DE LIMA 1, WESLLEY PAIXÃO DA SILVA1, MICHELLE VANESSA DA SILVA LIMA1, JEAN KLEYTON ISIDORIO DOS SANTOS1, THAIS DE OLIVEIRA NASCIMENTO1, JOÃO PEDRO MATOS DE SANTANA1, VALMIR DE MELO GOMES1
1. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
caioduarter@gmail.com

Os acidentes ofídicos possuem grande relevância no Brasil devido a sua alta frequência e gravidade. O gênero Botrhops possui especial significância em Alagoas, por ter relação com aproximadamente 73% dos casos de acidentes ofídicos com serpentes peçonhentas identificadas, notificados nos últimos 10 anos. Seu veneno possui ação proteolítica, coagulante e hemorrágica, responsável por causar dor, edema e bolhas no local da picada e manifestações hemorrágicas sistêmicas de variada intensidade.  Este trabalho tem como objetivo realizar uma avaliação descritiva do perfil clínico-epidemiológico dos acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops em Alagoas no período de 2007 a 2016. Dessa forma, realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SISNAN). As informações coletadas foram armazenadas e tabuladas no programa Microsoft Office Excel™. Durante o período avaliado, foi notificado um total de 1040 casos, havendo uma maior incidência no quadriênio de 2007 a 2010, correspondendo juntos a aproximadamente 46% dos casos observados.  O município de residência mais frequente entre os notificados foi Marechal Deodoro-AL (13%), seguido de São Miguel dos Campos-AL (9%), ficando Maceió-AL com a terceira colocação (8,6%). Porém, devido à concentração dos serviços de referência na capital, dentre os 27 municípios que realizaram notificações, Maceió-AL foi o principal deles, com 78% dos casos. Pôde-se constatar uma concordância com os dados observados na literatura, uma vez que foi observada maior incidência em indivíduos do sexo masculino (81%), pardos (80%), com idade compreendida entre 20 e 59 anos (63%), que é justificado pela maior exposição ao qual este grupo está submetido com os trabalhos braçais agrícolas e a grande prevalência de pardos na miscigenada população alagoana. Houve predomínio da forma moderada (57%), em 79% dos casos o tempo entre a picada e o atendimento médico ficou em torno de 0 a 6 horas e quase a totalidade dos pacientes evoluiu para a cura, com apenas 02 óbitos notificados, sendo um destes decorrentes de um acidente classificado como moderado e o outro de um acidente cuja classificação não foi esclarecida. Diante disso, faz-se necessária uma maior conscientização, tanto da população quanto dos profissionais de saúde, a respeito da prevenção e manejo adequado destes acidentes.

Palavras chave: Acidentes Ofídicos; Bothrops; Epidemiologia.



Palavras-chaves:  Acidentes Ofídicos, Bothrops, Epidemiologia